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Poesias-->Pois é! -- 26/12/1999 - 22:20 (Ciro Inácio Marcondes) |
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- É!
- Não é!
- É, sim! Olha!
- Não é, não!
- É!
- Não é!
- É, sim! Olha direito!
- Não é! Tenho certeza.
- Certeza?
- Certeza.
- Absoluta?
- Não.
- É, não é?
- Não, não é.
- Não é?
- Não.
- Mas não tens certeza absoluta.
- Mas não é.
- Como podes dizer isso se não tens certeza?
- Tu tens certeza de que é?
- Tenho.
- Mas não é!
- Como não?
- Não, e pronto!
- Como não, e pronto? Dê uma justificativa.
- Não é, e pronto!
- Pois eu digo que é!
- E eu reafirmo: não é.
- Tu és um tolo.
- Não sou.
- Não é?
- Não.
- Mas é!
- O quê? Um tolo?
- Não!
- Então o quê?
- Aquilo!
- Ah, é!
- É?
- Não, não é!
- Mas és muito teimoso!
- Tu que és.
- Não sou.
- É!
- Não sou!
- Pois eu digo que és!
- Mas agora mesmo dizias que não era!
- Não! Aquilo não é. Tu és!
- O quê?
- Teimoso!
- Não sou!
- Não foi o que eu quis dizer.
- Então não sou teimoso?
- É!
- Mas agora mesmo disseste que não sou!
- Tu não entendes nada!
- De nada eu entendo.
- Tu não és nada!
- Por isso mesmo.
- Não sabes nada!
- Nem um pouco.
- Então não é, pois não sabes nada, e minha opinião, portanto, vale mais que a tua.
- Pois afirmo novamente que é, mesmo sem nada saber.
- E ainda dizes que não és teimoso!
- Pois sou!
- Então!
- Então é!
- Não é!
- É! Basta olhar direito. Não é preciso saber das coisas para verificar isso.
- Não é!
- É!
- Não, é!
- É! Não disse?
- Disse! É... é.
- Pois é...
Ciro Inácio Marcondes
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