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Poesias-->MINHA VITORIA, MINHAS POESIAS -- 25/05/2002 - 05:28 (AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA/Alcir J.T. de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MINHA VITORIA









PREFACIO











Esta tem sido uma vida muito difícil e fértil.; difícil em seu inicio atribulado e cheio de dor e de duvidas.; sempre tendo que lutar e proteger-me contra as coisas e pessoas que jamais consegui entender, mesmo hoje, aos 44 anos, deveria estar mais maleável quanto ao meu relacionamento pessoal com a espécie humana.; porem não é assim, continuo sem ter a menor idéia de como é que isto funciona, não sei se estão sendo cínicos, sarcásticos, estúpidos ou mera e convenientemente coniventes com todas as coisas erradas e vis que acontecem todos os dias por todas as diferentes sociedades que habitam neste planeta. Quanto à fertilidade, tem sido uma marca registrada.; a começar com meus três filhos, bonitos,saudáveis e inteligentes, o que mais preciso dizer para subsidiar esta afirmação.; são todos produtos do amor e da paixão intensos que senti por suas mães e que neste livro, tanto eles, quanto elas estão retratados da forma como a poesia inerente ao momento vivido permitiu-me vê-los. Também aqui estão todos os outros momentos em minha vida , que me fizeram chorar ou rir.; ou mesmo ambos em harmonia e desespero.; espero que tenha tido a verdadeira capacidade poética para expressar as avalanches de sentimentos que sempre fizeram e tenho certeza continuarão a fazer ate o dia em que feche meus olhos pela ultima vez e viaje para um mundo de poesias e nada, deixando para trás tudo o que marcou a minha sem dúvida atribulada passagem por esta vida.

Portanto espero que gostem e tirem algo de importante para s suas próprias vidas, se é que isto não é muita presunção de minha parte.

Um Grande Abraço

Alcir de Souza



















INDICE :



1 – O TEMPO

2 – GLÓRIA

3 – ABUTRES

4 – MULHER

5 – APRENDISADO

6 – A ESPÉCIE

7 – MULHERES

8 – A FUNÇÃO

9 – MUDAR POR FORA

10 – ESPAÇO FECHADO

11 – MUTAÇÕES

12 – VOLTA AMOR

13 – PARA SEMPRE

14 – AS APARÊNCIAS ENGANAM

15 - CLAUDIA

16 – EU ME PERGUNTO ?

17 – VOLTEI

18 – DIAGONAIS

19 – PARA VOCE

20 – A RAZÃO

21 – SOLIDÃO

22 – DESCONHEÇO

23 – QUEM SOU ?

24 – NÁUFRAGOS

25 – PONTAS

26 – ESTRADAS

27 – EU VI

28 – AMAR É

29 – ECO

30 – A IMPLOSÃO DA MENTIRA

31 – POETA

32 – PRETINHA

33 – AMAR VOCE

34 – PARA ESTE PASSARO DOURADO

35 – VINTE E TRES ANOS

36 – PIRATININGA I

37 – PIRATININGA II

38 – LOUCURA

39 – O CORAÇÃO TE GUIARÁ

40 – TARDE DE OUTONO

41 – A SAUDADE E O AÇOITE

42 – POR ALCIR

43 – EU ALCIR

44 – A IMAGEM E SEMELHANÇA

45 – SANGRENTO XADREZ

46 – PARA MEU AMOR

47 – JUVENTUDE

48 – MINHA LOUCURA

49 – VEM MEU AMOR

50 – VIDA

51 – MUNDO MENTAL

52 – POR VOCÊ

53 – TEU HOMEM

54 – NAVIOS E PORTOS

55 – EM QUALQUER ESTAÇÃO

56 – IZABEL

57 – AINDA, MARIA IZABEL

58 – SAUDADES

59 – O TEU PERFUME

60 – A BUSCA

61 – O ANDARILHO

62 – SONHANDO COM UM SEMBLANTE

63 – SOMBRAS

64 – EU

65 – NAVEGANDO EM BUSCA DE UM AMOR





Dedicado a meus filhos, Alcir,Otávio, Vitória , a minha neta Bruna e também a todas as mulheres retratadas ou não, que fizeram com que meus sentimentos aflorassem em forma de poesias.



Obrigado !

















O Tempo





Atônito, ele percebeu, que o tempo havia se apoderado de sua juventude física, porem permitira que sua mente pegasse carona no eterno circo da imprudência jovial.; sentia seu corpo, como que adormecido, em um torpor alcoólico, que contrastava com a eletricidade e com o vigor pulsante, concentrados em seu cérebro.

Alimentar sem comprometer a independência.

Sem subjugar a demência.

Jamais violentar a decência.

Perpetuando pura incandescência.

Das montanhas a grande eloqüência.

Dos deuses toda a paciência.

Sem jamais vislumbrar a decadência.

Ali estava, criando com a fome animal e com ímpeto juvenil.; transcrevendo em uma folha de papel,seus anseios e suas incoerências mais íntimos e profundos, num despudorado frenesi, que se apossou de parte ainda imbatível e pura, como no clamor da paixão entregou seu corpo a sua mente e na busca do orgasmo em verso e prosa.

Mais uma vez, como lhe era comum, perdeu o timão e a embarcação alada, cambou do oceano físico e biológico, matematicamente ponderável, para o lado centrifugamente (ou devo dizer concentricamente) indomável e insólito das divagações redundantemente subjetivas.









GLORIA



Dotado de todo amor,

tanto quanto o divino,

santo como o menino.;

Que na poesia,

descobre a grandeza

da profunda beleza que há no existir !



Sonhar teu rosto

tão bela pintura

tua pele tão pura .;

Teus olhos brilhantes,

cabelos de ouro.

Meu grande tesouro

razão pra sorrir!



Viver minha vida

em tua companhia

sem duvida seria

meu maior fazer.

Sentir teu calor

te possuir com amor

encher-te de prazer!



Saber de teus desejos,

conhecer tuas vontades,

descobrir que em tuas saudades

vive meu rosto

em tua boca meu gosto

em teu coração amor por mim.



____________________________________________________________________________________________

ABUTRES



Ainda ,

tão atônito

sob o impacto

do fato consumado,

que tonitruante

em meus ouvidos

ainda ecoa,

a trompa arautica

da iniqüidade.

Medíocres do mundo !

Uni-vos,

pois , se há vitória ?

Ela vos pertence !

Alons enfantes :

_Que o fim,

sempre o mesmo.;

nos circunda

com a voracidade dos abutres

que impiedosos

saciam-se

nas carnes tenras.;

das novas gerações.





____________________________________________________________________________________________



MULHER



Pois eis

que sois rara,

para mim cara

predileta

tara.

Deleite louco

grunhir rouco

saber-te pouco.

Penetrar :

_Onde jamais te sentistes violada !

Saber de teu cio,

teu colo macio

teu gozo sem fim.

Macho sem regras

sem mandos seguidos,

ou oponentes batidos

em embates de paz.

Relevos da dor

que marcaram a vida

e hoje a ferida.;

que chaga mantida

reforça o amor.

Sonhar em vida

Sem marca dormida

Da veia rompida

Que acorda o ser.



____________________________________________________________________________________________





APRENDISADO



Tudo o que sei

e o que aprendi,

neste tempo em que aqui estou,

foi que dos sentimentos

o único presente

em todos os meus momentos

foi o amor que senti .

Amor vivido e jamais correspondido

retornado ou mesmo

demonstrado

Proibido de receber,

impedido de negar.

A maldição original

desde o portão vaginal,

acredito

ate o juízo final.

Da mãe que renega

a companheira que se entrega

sem se importarem.;

Cada qual em seu tempo

com a dor

que transforma minha vida em tormento.

Do pai que nunca conheci

o exemplo seguido à risca.;

na continua descoberta,

de que como ele,

jamais existi.



___________________________________________________________________________________________





A ESPÉCIE



Adestrado pela vida

seqüestrado pela sociedade,

descoberto pelo vento frio

na noite da iniqüidade.



Ânsia destrutiva,

pelo encontro inquietante

soberbo e preocupante.;

rápidas palavras

De efeito esvoaçante.



Vil beleza

sombria e esfuziante.

Por segundos uma montanha

na eternização do instante.



Mente que se esvai

com tilintar tonitruante

como que em fuga apressada

de um futuro aniquilante.

Somos mestres do absurdo

iludidos pela fé

obcecados pela vaidade.;

pesquisadores incansáveis

de uma vã felicidade.



Dominados pela ganância

embevecidos pelo vazio

aquecidos no gelo eterno

deste árido cio.



Querubins do inferno ardente !

Sopros de morte

no barro da vida.

Prenúncios, agouros

reconhecemos no fim

Alvíssaras a esta sorte.



Vitimas do delírio

da imagem e semelhança

que se vai com a morte

como sonhos em uma criança ..



____________________________________________________________________________________________



MULHERES



Elas se vestem ávidas,

Criando beleza.

Verdadeiras obras primas

da estética pura

dos deuses maiores dádivas !

Aos olhos os carinhos mais cristalinos

tentações errantes

que povoam os sonhos dos homens

desde tempos imemoráveis.

Perpetuaram o movimento

com a suavidade de seu flutuar

por nossas vidas,

por nossos corpos.;

flor no perene desabrochar

em crescer

em despontar.

Corpos que celestes

amenizam o peso da noite

brilhando, resplandecendo

apontando o caminho do prazer .

Dando o passo do sonho,

preenchendo o vazio.

Surpreendendo o insensível

domando o bravio.

Belas, tanto quanto mágicas.

Renascença ,

na marcha da evolução.

Sopros de leveza

em um mundo tão pesado.







A FUNÇÃO





Aqui encontro à função.;

para o cérebro,

para o corpo,

para o coração.

Pacifica demonstração

de harmonia e união

emanando pureza

e afastando a solidão.

Testando novos sentimentos

saboreando os momentos,

administrando os intentos

ampliando a visão.

Como passaro que migra

Afastando-se da briga

contra o inverno

e a separação.

Atônito com tanta beleza

por dentro da natureza

que em sua alma agora abita.





________________________________________________________________________________



MUDAR POR FORA





Parecida com a liberdade,

é a felicidade radiante

da nova segurança

para quem muda de idéias .

Tudo o que prendia e torturava

era apenas o antigo pensamento.





Mudar, mudar

é a felicidade dos que confundem :

_Roupas, opiniões e idéias e cortes de cabelo.

Porque a postura e a reflexão,

dão nos a alegria de nada ser.

De em nada crer !

Um nome

é marco de aflições e parentescos

ponto focal de discórdia

piedade e luta .





A permitida felicidade,

vazia de continuas mudanças,

continuo tecer em mesmo espaço

fechado , de eternas semelhanças.





________________________________________________________________________________





ESPAÇO FECHADO





Você que esta morto,

e morto não fala.

O que sabes da vida?

Pois na morte estas abrigado !



Você que esta solto

no infinito espaço.

O que sabes do quarto?

Das limitações do confinado?



Você que dos vermes

em lenta agonia,

recebe somente beijos !

O que sabes do amor?



Você, nascido em caixote dourado,

no luxo parido !

O que sabes da dor ?



Você que esta podre

e exala fétido odor

que sabes das flores?

que espalham seus perfumes nos prados !

Você que no chão descansa

em baixo da terra .

Que sabes dos que vivem cansados ?

Acima de teu corpo.



Você que sob o lustre brilhante

vives a vida a arrotar

tua opulência.

Que sabes do humilde ?

que em tuas latas de lixo

de teu banquete

A sobra comeu?



Você que foi grande perdulário

que ia a igreja , como o mau ladrão

que sabes daquele

que morreu no calvário ?

E como homem dizia

Amai vosso irmão .





Você que esta morto

e morto não fala.

que foi um canalha, um patife

um tarado

Que pelo beijo da morte, voltou ao começo,

e por teus iguais

hoje és chorado.







________________________________________________________________________________





MUTAÇÕES



Quando eu for um beija-flor,

com um travesseiro de algodão

faço um ninho

para guardar tua paixão,

e teus sonhos

na palma da minha mão.

Porem, enquanto for poeta

E falar pelo coração,

no papel gravarei

nossa emoção.



Ser teu homem,

mais que tudo quero ser

te guardar te proteger

feito animal,

até o final,

fazer a vida anoitecer.

Quando eu for uma poesia

ou o arvoredo do pomar,

quero ser levado pelo vento

para bem junto do teu coração.

Mas, enquanto homem eu for

quero despertar em teu lençol

afagar teu cabelo cor do sol

Te guardar,

Te proteger feito animal.

Até o final,

ate a vida anoitecer.





________________________________________________________________________________



VOLTA AMOR





Vem amor

que ainda não estou morto,

retomemos a estrada

que une nossas vidas.

Devolve-me o prazer

que contigo partiu

levando junto à vida

Que habitava em meu corpo.

Quero-te aqui

vivendo para mim

como vivo por ti .

Retorna a este mar

que chora a tua falta.

Devolve-nos a vida

que sinto agora perdida

cm a falta que me fazem:

_Teus beijos,

tuas caricias.

tua presença.

Vem amor

pois te quero tanto

afasta de nós a distancia

que nos magoa e maltrata

dá a felicidade

Onde impera a tristeza,

ilumina a escuridão

que apenas meus olhos vêem.

Mata minha sede

deixa que me banhe

em tuas calmas águas.

Sejas minha sombra

quando o sol me castigar.

Aquece-me no frio

que de meu coração saiu

e por todo meu corpo espalhou-se

quando você se foi .

Volta amor

pois ainda não estou morto

retomemos a estrada

que une nossas vidas

para nunca mais

dela sairmos.



________________________________________________________________________________





PARA SEMPRE



Loucos como tantos casais,

somos quase iguais :

_No modo de sofrer

no mal de querer,

a procurar

um jeito de entender

porque eu vivo por você.

Não tem como evitar,

ficou assim

feito um mar

não tem mais fim.

com barcos e gaivotas tropicais

e quanto a nos

tolos mortais,

falando de viver para sempre

não morrer nunca mais.

Você respira em mim

não tem como evitar.

Já esta no ar

é como o céu.;

Não tem mais fim

este amor esta doença

que sempre me arrepia.



________________________________________________________________________________





AS APARÊNCIAS ENGANAM





As aparências enganam

aos que odeiam

aos que amam.

Pois o amor e o ódio

irmanam-se na fogueira das paixões.

Os corações se incendeiam

e para este fogo, não há nada que apague

se a chama os persegue

as labaredas e as brasas são

o alimento, o veneno e o pão,

vinho seco recordação

de tempos idos de comunhão

e sonhos vividos no conviver.



As aparências enganam

aos que odeiam e aos que amam.

Pois o amor e o ódio se irmanam

na geleira das paixões

os corações viram gelo

Não há nada que os derreta.

Restando a neve,que cobrindo a pele

por dentro gela o ser.

Não há mais forma de aquecer

nada mais para fazer

apenas chorar sob o cobertor.





As aparências enganam ,

aos que gelam

aos que inflamam.

Pois o fogo e o gelo,

irmanam-se

no outono das paixões.

Os corações cortam a lenha

preparando-se para a chegada

de outro inverno.

Porem, o verão que os uniu

ainda vive, ainda transpira

nos corpos frente à lareira,

na reticente primavera,

no insistente perfume

de alguma coisa

chamada amor.





________________________________________________________________________________







CLAUDIA



Teu corpo moreno

ao sol da manhã

absorve o calor

me rouba o ar.

A brisa calma,

toca teus cabelos

te arrepia os seios

transporta minha alma

para a imensidão do mar.



Perco-me em tua boca

em teu hálito quente.

Te beijo as entranhas

penetrando em tua alma

roubando-te a inocência

num louco momento

de lucidez e paixão.



Em teu doce orgasmo

encontro à calma

das noites serenas

da paz na vida.

O brilho de um momento,

é a lembrança do que se foi.



Te adoro mulher,

criança que dorme

fera mansa

determinada a viver

na entrega do corpo

da mente

do espírito.

Sou teu servo, teu dono

quero aplacar minha sede

nas profundezas

de teu lago cristalino.



________________________________________________________________________________







EU ME PERGUNTO ?



Eu me pergunto !

Onde se encontra ?

A tua substancia ?

A tua suposta grandeza ?

No silêncio

resisto, acuso, digo que não procedes

que não precisas de defensores

de protetores.

Pois te dizem

e assim te defendem

como se magnânimo foras.

E assim te fazem,

mesmo que ausente

segundo teus próprios conceitos.



Com tanta miséria

entre nós espalhada,

sois arrogantemente

onipotente

e ,de ti foi que tiraram

os modelos

perpetuados e propagados :

_De genocídio,

de atrocidades sociais .

Sois também

segundo teus parias

onipresente.

Então

Concluo .

Sois também corrupto,

pois a tua

onipresença,

prima entre os medíocres

opressores da criatividade.

Sois ,

de quebra

onipotente.;

como os pseudo lideres,

que nos brindam

com imagem e semelhança,

a tua prepotência assassina.



________________________________________________________________________________



VOLTEI



Eis que pensei ,

poder fazer, o que nunca fiz .

Repetir o plácido

marasmo.;

quis crer,

poder ser

o que jamais serei :

_Inerte.

Veementemente discordar

da tranqüila estagnação,

me faz sentir a vida

como parte de mim..

Quero fluir,como o mar (sem par)

como as estrelas (incomparáveis)

na imensidão do firmamento

onde em constante movimento

tudo é paz,

e ai ,

quando eu me for,

no momento em que partir,

tudo o que aprendi.;

se perderá,

tudo o que sei

se esquecerá,

tudo o que vi ,

desaparecerá,

Tudo o que senti,

cairá no limbo

das insensíveis

expectativas.





________________________________________________________________________________





DIAGONAIS





PENSO !



Logo, INSISTO !!!!!!!!!





Em ter DIREITOS



Que



T

Ó

R

T

O

S

Me dão a certeza

De que tudo

(e todos)



LOCUPLETAM-SE



Manipulo a verdade

Controlo a MENTIRA

Domino

a “ VAIDADE ”



Penetro pelas (e nas)

Entranhas

Úmidas e quentes



Se bem que quando ELAS

Não (sim, sim)

Querem,

Frias , frias

Como ICEBERGS

Vulcões inativos





FEMEAS

Todas





QUER QUEIRAM ??? (talvez)







QUER NÃO ???????



________________________________________________________________________________





PARA VOCÊ





Até hoje,

segui-te de perto,

acompanhei-te fiel e ...

Protetoramente incansável

certo???

Como erro proposital

frio e calculista,

como armadilha matemática

de implacável certeza.

Como tudo (do mesmo)

pretensamente maniqueísta,

te permitiste crer :

_Em padrões,

em fórmulas perfeitas,

na alquimia social

em matéria transformada

ferro em ouro,

água em vinho,

verdade em mentira.

Qual......!!!!!!!





________________________________________________________________________________







A RAZÃO



Despertar a vida ,

é abandonar a razão

questionando os fatos

convivendo com o instinto,

levantando dúvidas

sobre o inquestionável.

Destroçando o místico

em busca do mistério insondável .



Despertar a vida

é aceitar a morte

tateando na escuridão

em busca da própria sombra.

Procurar a origem do tempo

na volúpia insana das multidões

na cegueira indulgente da fé.



Abandonar a razão

é alterar as metas,

na sensação indescritível

do ser livre,

alem dos conceitos

adiante da vida,

traçando as linhas

descrevendo as lutas

cavando para dentro de si mesmo.

Negar a morte

abandonar a razão

despertar para a vida

distanciar-se do fim .

Admitir o eterno

crer na dúvida

pertinente ao homem

no despertar de si mesmo.





________________________________________________________________________________





SOLIDÃO



Solidão,

presente e assumida.;

Auto determinação

que vencerá ,

o tempo que virá .

Preencher o vazio

por ela provocado .

Monologo da vida

solidão, morte existencial ?

Como sorrir ?

Se me rolam lagrimas pelos olhos

como posso sentir ?

Se a vida tranformou-me em pedra .

como posso viver ?

Se a morte ronda-me

atrás da porta

como amar ?

Se ainda apego-me

ao amor passado !

Que se faz presente em mim

como posso ser ?

Se ainda perversamente atenho-me ao ter

uma fenda no tempo abriu-se

e por ela escorreu

toda a vida e toda a esperança

que em meu ser havia.

toda uma existência escoou

tudo ao começo voltou,

sem memórias,

sem lembranças,

irremediavelmente perdido,

nas cadeias de um presente

desvinculado de seu passado.

Perdido e sem rumo

num labirinto

eternamente insaciável.





________________________________________________________________________________





DESCONHEÇO





Somos partes importantes

das metas por nós traçadas

para a grandeza

de um objetivo incógnito.

Lutamos por ideais

que de nós faça parte,

mesmo sem sabermos .

O instinto nos leva

busca incansável,

a grandeza inerente,

a magia transcendente,

ao desejo de sermos

tudo o que queremos

e que podemos

ser humanos .

Louváveis, sem louvores

grandiosos, sem alarde,

sem arrogâncias

apenas e simplesmente

humanos.;

Seres repletos de amor.





________________________________________________________________________________







QUEM SOU ?



Tudo o que me faz ser

é humano,

tudo o que me faz ter

é a humildade de nada querer possuir .

Vivendo em mim agora

a vontade de crescer,

sou pequeno de méritos

e gigante no desejo de realizar

a mudança.;

Como pessoa .

Lutar pelo direito

de construir-me

como ser que alem de humano, social.

Tudo o que de grande em mim existe

agora faz-me saber

de que posso,

Apenas se quiser

transformar-me

como homem,

como individuo pensante

altamente pulsante

vibrantemente crédulo

na grandiosidade

que nos foi destinada..

Buscar nesta vida

um lugar

no que vier depois

que por ela passarmos.







________________________________________________________________________________





NAUFRAGO





Ai de mim !

Que te amei

e em cada esquina

te busquei .

Por cada bar

por onde passei

entre garrafas vazias

te chamei

no delírio insano.



Em te amar

me afoguei .

Na busca da verdade minha

Submergi .

Diante deste imenso amor

afogado

morto me vi

sofrendo a dor de afundar

sem taboa

e da morte me servir.

Para num raio de sol

renascer

qual, Fênix

e prosseguir

em minha meta.;

Amar-te a cada momento,

a cada segundo

pois somente assim conseguirei

justificar meu existir.

Teu ser em mim tatuado

é como a espuma

do mar cortado

agarrado ao casco

da imensa dor

que transporta

meu navio negreiro.



________________________________________________________________________________





PONTAS





Pontas da vida,

pontas nela

pontas que perfuram

pontas que rompem

pontas que dilaceram

a carne

a alma

o sentimento,

transformando o ser.

Pontas que penetram

pontas que atravessam

pontas que varam

a mente

o tempo.

Pontas que trespassam

a pureza

abrindo caminho

para a destruição

para a revolta

para o medo..

Medo da vida,

do amanhã,

das pontas

que causam

dor lancinante

que ultrapassa

o cérebro

o pensamento

o espectro..

Pontas que atiçam,

que conduzem

Pontas que marcam

o tempo

a vida..





________________________________________________________________________________





ESTRADAS



Tantas estradas

Obstruídas.

Vidas fechadas,

mão única,

no sentido da morte.

Atalhos que levam

a lugar nenhum,

encruzilhadas que somam

dúvidas.

Sentidos parados

não se vai à frente

não se pode voltar.

Gigantescos engarrafamentos

de almas

mentes

sentimentos.

Somos pontes quebradas

nossos próprios abismos

sinais fechados

nos caminhos para nossas próprias

grandezas.

Loucos irresponsáveis

tomados pela empolgação

por supostamente,

sermos os condutores

nesta confusa estrada

que é a vida.







________________________________________________________________________________



VI !







Eu vi,

a dor crescer em meu peito,

eu senti,

as lagrimas em meus olhos

a me deixar sem jeito.

Eu sofri a distancia

que me afastava de teu leito.



Que queres ?

Duelar comigo até a morte ?

De nosso amor ?

Permites que nos separem,

pois abriste a porta

do abismo sem fim

em que me encontro.

Te recusas a lançar-me

a corda

de minha salvação,

da paixão que me arrasta.

Permites que eu morra

caindo sempre, sem parar

deixas que a fria solidão me abrace

e comigo teu amor

Se vai.











AMAR É



Amar é !

Pensar que tudo é você,

por ser você

a razão de ser do universo.

Tem as estrelas

que existem apenas,

para adornar

teu ventre..

Tem o sol

que no horizonte

se esconde

de vergonha

ofuscado por tua luz..

Tem a lua

que busca no dia,

fazer com que o firmamento

veja de onde vem tanta ternura .

Que louco fui em pensar,

poder ser a moldura

que te cerca e protege

das dores e dos males

deste mundo.

Se sou rei,

te quero minha rainha.

Volta e me oferta

teu corpo

deixa que ele se queime

deixa que meu seja

entrega-o em holocausto,

permita que eu o consuma

na fogueira ardente

dos prazeres humanos.





________________________________________________________________________________







ECO





Quantos serão os atos

no drama de nossas vidas ?



Tudo nos é tão difícil

absoluta

e absurdamente

árido.



Quanto amor desperdiçado

fora jogado,

perdido na vaidade,

na duvida.



O descrédito ,

em nomes

que vem

e

que

vão.;

que ocupam nossas bocas

como o teu .

Que agora vive,

em meus ouvidos

eeeccooando.

Eecooaandooo.

Eeeeeeccccoooooaaaannndoooooo.........





_____________________________________________________________________________________________







A IMPLOSÃO DA MENTIRA







Mentiram-me, mentiram-me ontem.

E hoje, mentem novamente, mentem

de corpo e alma, completa-mente.

Mentem-me de maneira tão pungente .;

que creio mentem sincera-mente !



Mentem, sobretudo, impune-mente,

não mentem tristes, e sim alegre-mente.

Mentem, mentem tão nacional-mente,

que acham que mentindo vida a fora

Irão enganar a historia eterna-mente.



Mentem, mentem e calam. Mas suas frases falam.;

e desfilam de tal modo nuas

que mesmo um cego pode ver

a verdade em trapos pelas ruas.



Sei que a verdade e difícil

e para alguns parece triste e escura .;

Mas, não se chega à verdade

pela mentira , nem a democracia

pela ditadura.



Evidente-mente a crer

nos que me mentem.

Uma flor nasceu em Hiroshima,

em Auschiwitz, havia um circo .

Permanente.

Mentem,mentem caricatural-mente.



Mentem como a careca mente ao pente .

Mentem como a dentadura mente ao dente.

Mentem como a pesada carroça a besta à frente.

Mentem como a doença ao doente.

Mentem clara-mente

como um espelho transparente.

Mentem deslavadamente .

como nenhuma lavadeira mente .;

ao ver a nodoa sobre o linho , mentem.

Com a cara limpa e nas mãos o sangue quente .

Mentem, ardente-mente,como o febril em seus espasmos.

Mentem fabulosa-mente , como o caçador ,

que tenta passar gato por lebre .

E nesta trilha de mentiras.;

é caça ,que captura o caçador na armadilha.



E assim cada qual.;

mente industrial-mente

mente partidária-mente

mente civil-mente.

mente tropical-mente

mente incontinente-mente

mente hereditária-mente .

E, de tanto mentir tão bravamente,

constroem um pais de mentira.

Diária-mente



Mentem no passado e no presente

passam a mentira a limpo, e no futuro.

mentem novamente.

Mentem fazendo o sol girar em torno da terra,

medieval-mente,

por isto desta vez,

não é Galileu que mente ,

e sim o tribunal que o julga

herege-mente .





Mentem como se Colombo,

partindo do ocidente para o oriente

pudesse de mentira ,

descobrir um continente.

Mentem desde Cabral em calmaria,

viajando pelo avesso,

iludindo a corrente em curso

transformando a historia do pais,

num acidente de percurso.

Tanta mentira assim industriada,

me faz partir para o deserto

penitente-mente, ou exilar-me

com Mozart musical-mente em harpas e oboés

como um solista vegetal

que sorve a vida indiferente.

Penso no animal que nunca mente.

mesmo se tem um caçador a sua frente.

Penso nos pássaros .;

cuja verdade dos cantos nos toca

matinal-mente.

Penso nas flores

cuja verdade das cores escorre no mel.

silvestre-mente.

Penso no sol.

que nasce jorrando luz,

mesmo que encontre a morte

em seu poente,

diária-mente.



Pagina branca onde escrevo,

único espaço de verdade que me resta,

onde transcrevo o arroubo,a esperança

onde cedo ou tarde deposito

meu espanto e meu medo.

Para tanta mentira

só mesmo um poema

explosivo-conotativo,

onde o advérbio e o adjetivo

não mentem ao substantivo

e a rima arrebenta a frase

numa explosão de verdade,

e a mentira repulsiva

se não explode para fora

por dentro desaba

implosiva.







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POETA



Minha pele é como a noite,

meu olhar é como o dia,

meu canto, irmão

é como o açoite

da ventania .

Minha mão é um cavaleiro,

a pena , montaria

meu verso um bandoleiro,

fugindo pela pradaria .

Meu pensar é proibido

minha vida uma agonia,

Meu poema é um animal ferido

Lambendo a sua cria.

Meu coração é um cão selvagem,

uivando por companhia

meu pensar, reflete coragem

e harmonia.

Minha mente é uma navalha ,

minha rima uma sangria

meu grito descreve

a batalha da maioria.

O meu trabalho é um estorvo,

meu verso é morto à revelia

porem morto um,

crio um novo

no mesmo dia.











PRETINHA





Absurdamente só, minha pretinha

doidamente sem você,

avidamente te desejar

sofregamente, teu corpo não poder tocar

sentidamente os olhos marejar

amantemente em ti pensar

loucamente crer, na possibilidade

de desesperadamente te possuir.





Imperativamente contigo estar,

incansavelmente te pedir

insistentemente te afirmar,

vividamente te mostrar

o quão:

_ Alucinadamente posso te fazer feliz

sistematicamente

continuamente

absurda

e efusivamente feliz.





Cautelosamente me aproximo

inadvertidamente te toco

fortemente te abraço

imediatamente me apercebo

eletricamente chocado.

Amadoristicamente me sinto

infantilmente guiado,

magicamente levito

fortemente impulsionado,

grandiosamente transformado,

serenamente apaixonado,

por ti, pretinha.



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AMAR VOCÊ





De onde vem esta coisa

cheia de intimidade,

que me tira o juízo

e me guia as vontades.

Que me faz ser perverso,

arrancando os pedaços

torturando meus nervos

me deixando em bagaços.



De onde vem esta alma

que em mim incorpora,

que está no passado

no presente e no fim.

Atravessando meu corpo

como espada invisível

que acende os meus sentidos

e me fragilisa..



De onde vem este vento

que sopra em meus ouvidos

me deixa atento

que me fala doído

que me faz depravado

que ,me faz arriscar

me dobrando as forças

me trazendo o amanhã.



De onde vem esta nuvem

que flutua em meu peito

que me deixa despido

de qualquer preconceito.

Que me faz ser capaz

de morrer sem chorar

de nascer outra vez

de me auto flagelar.





De onde vem esta fonte

que jorrando alegria

em duchas tão frias

me faz tão feliz

sem poder respirar,

que me traz o horizonte

que me fantasia

que enfeita meu rosto

que me faz delirar

me trazendo a virtude

de me apaixonar.





De onde vem este aroma

que combina as flores

que penetra em meus poros

que tem todos os sabores.

De onde vem estas coisas

que adoçam a dor

que amargam sorrisos.

Será isto o amor ?













PARA ESTE PASSARO DOURADO





A este amor.

A este passaro dourado

Que alça vôo,

e parte o céu em dois,

rondando o sol e o pecado.



A este amor.

Caprichoso e livre

sem silêncios,

que o façam calar.

E muito menos,

grades para prendê-lo.

Que pena, não sentiu-se bem

na roupagem do dia a dia !

Tua face mantem

ainda vivo este amor

qual delicada flor.



A este amor.

Cheio de pequenices

que florescem na penumbra

e sobrevivem nas entranhas.



A este amor .

Que arde como um braseiro

mas não evapora uma lágrima

que de meu coração rola.



A este amor.

Que pena não sentiu-se bem

na roupagem do dia a dia.

Apenas tua face permanece

viva !

Como delicada flor.





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VINTE E TRÊS ANOS



Um dia ele partiu

ou melhor, fugiu.

Não de seus pais

mas dos vinte e três anos .

Por ter planos desiguais,

sentou-se na areia do mar

por não ter onde sentar

tinha apenas aquela praia,

e a dor calada por gritar.

Porem, eis que de repente

a sua frente viu passar,

alguém, como ele descontente

e convidou-a a sentar.



Então ele contou,

tudo o que tinha para contar,

E como se fosse um travesseiro

ele abraçou-a até chorar.

E, foi então que juntou-se

a solidão com a solidão.

E a vida então lhe trouxe

um coração ao coração

os filhos se juntariam,

se deixassem juntar,

e os anos passariam

como bem sabem passar



Eles ainda se amam

por terem tanto para amar

e eles brigaram tanto,

até a vida os separar.

Mas aos vinte e três anos

os enganos são iguais

e o filho faz seus planos

de errar como seus pais.



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PIRATININGA I



Neste recanto,

agradável e romântico

Onde o amor

foi dono e senhor.



E que hoje, perdidos nas trevas

não voam mais os pássaros

nem mesmo as gaivotas

que viviam ao sol

mergulham mais por seus alimentos.



Quem sabe, talvez

por juntos não mais nos verem

separaram-se o sol do dia,

a noite da lua

e o som dos pássaros.

Digo isto, pois este amor

agora perdido

deu-me olhos de amigo

e pena de poeta.



Aqui nos conhecemos

aqui também nos perdemos

amaldiçôo o dia ,

que daqui saímos

e não mais nos vimos

unidos em um só corpo

sob o sol de Piratininga.

Quanto perdemos

ao nos separarmos:

_Amor,

sol,

tempo,

vida,

carinhos

e sons.





PIRATININGA II



Piratininga meu farol ,

rasga a noite,

rompe a escuridão

enfrenta o mar.



Trabalhar de sol a sol,

não e mais que escravidão

mas vou tentar.



Mudar em claro

o escuro,

em sangue

o que agora ,

é sonho de viver.



No brilho de meu punhal

rasgo a estrada,

certo de chegar

ao litoral.



Piratininga meu farol

novamente

abre o teu clarão,

recomeçar.



Mudar em claro o escuro

em sangue

o que agora

é sonho de viver.







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LOUCURA





Quem me vê nestas calçadas,

encolhido nas portas do sonho,

molhado e rasgado pela tempestade,

com jeito de louco

nos lábios um riso maroto.

Pensará apenas,

nas trombadas da vida

e dói em teu peito o saber

que amanhã serei noticia.

E, no entanto,

Na pressa pra qualquer compromisso

deixará certamente caído

no medonho abandono um amigo.



Sou pedaço de noite

sou máscara do dia,

sou o beijo,

o açoite,

o desprezo e a agonia.

Sou pedaço de vida sem chão

sou mais um bêbado na garrafa da vida.

Sou calçada suja, molhada e serena,

sou teu cuspe

tua hipocrisia.

Sou para ela a verdade,

o exemplo ,

a bondade.

Para ele o oposto

carcaça sem vida

pulha sem saída

mais ainda , sou seus medos

sombras em ruelas perdidas.





Sou voz que não canta,

acalanta ou faz sorrir.

Sou grito calado

moinho quebrado

mendigando teu beijo, teu riso mal dado.

Sou aparências do que sou.

Não rias, cuidado,

eu sou desertor

dou-te um conselho

não me faças um favor.





Sou noite sou dia

sou verdade ou fantasia,

louvado sou desgraçado,

sou poeta, sou cantor,

sou menino, sou doutor,

sou morto-vivo

dou-te um conselho :

_Não me faças favor.





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O CORAÇÃO TE GUIARÁ





Não tenha medo grande menino

da escuridão que te ronda.

Desce ao negro subterrâneo

de ti mesmo, de ti mesmo.

Adianta tuas mãos

pisa profundo

desce, desce,

deixa que teu coração te guie.





Teus olhos se acostumarão pouco a pouco

passo a passo grande menino

o coração te guiará.





Adiante, sem medo.

Dos sons que surgirem,

tu ouvirás monstros,

gênios maus

das histórias ditas ou não,

monstros, gênios e criaturas.;

todos muito maus.

Porem em cada um,

reconhecerás

seres iguais a ti.

Espelhos que refletem

tua própria imagem.



Adiante, sem medo,

não tapes teus olhos

mesmo que não possas mais ver.;

e desce,desce,

pois teu coração te guiará.

Mantem teus olhos abertos

e corre, corre,

para frente sempre

ergue alto tua cabeça

ergue alto teus estandartes

e sempre à frente,

Corre, corre,

pois teu coração já é

aquele que te guia.









TARDE DE OUTONO



Esta longa tarde de outono

que me faz lembrar,

de tantos invernos gelados

perdidos nas montanhas,

quando eu podia chorar

e ninguém para perguntar

sobre o meu passado:



_De onde vieste ?

Para onde vais ?

Se tens algum propósito ?

Ou se o nada se faz tua meta ?

Se detêm-me de pronto,

estará tudo terminado.

Perderei os olhos

e para sempre a fala.



Sei que algo terrível me espera.

no fim deste caminho

para onde me empurras ?

Não sei !

Se lá seguro chegarei ?

Também !

Se quando lá eu chegar,

todos que já se encontram,

perguntarão !

És tu por acaso.;

O mesmo por quem ,

A tanto esperávamos ?







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A SAUDADE E O AÇOITE





Crianças que vem e vão,

Todas lembram,

mas nenhuma é você.

Saudade que cria

louco desejo

de te querer aqui.

sempre perto de mim.

Te vendo em meus sonhos,

acordando com teu nome

atravessando-me a garganta,

como lâmina de aço.

Oh dor de amar

tão linda criança,

te querendo aqui.

Viver a cada segundo

recordando os dias,

em que a meu lado estavas.

Minha criança

te quero de volta

pois te amo demais.

Vem meu filho

pois teu pai te chama

e sofre muito

por não responderes.

Perco-me a olhar o horizonte,

vendo teu rosto

refletido no mar.

Saudades de você

a cada instante,

seja dia ou seja noite.

Marcando-me a vida

como as costas

marca o açoite.











POR ALCIR





Pensar em você

lutar e vencer,

é tudo o que me resta.

Te amar meu menino

á distância.;

Sem te ver,ou tocar

deu-me para com todas as crianças

que povoam meu dia a dia,

a necessidade de expor

um sentimento paternal

que não posso te transmitir.

Saibas porem,que és o primeiro

apesar de não seres o único!

Tua parte primogênito,

é compartilhada com os outros,

Porem não te preocupes

pois a fonte é inesgotável

e, continuará aqui a jorrar

para que quando venhas a mim

possa também aplacar a tua sede

de amor e carinho.

Sentimentos de revolta,

deram lugar a um amor

doce e translúcido

como a luz da aurora

que todas as manhãs vejo

e a ti dedico.

Vejo a verdade, sem dominá-la

sinto a vida

que de ti emana

sustentando-me,

mantendo-me,

como o sangue

Que em minhas veias circula.

Te espero

para matar a tua sede

pra continuar vivendo

e para iluminar

as manhãs de nossas vidas.







EU ALCIR



Deixei a vida escapar

pelas frestas dos meus dedos

perdi o que mais queria

por não controlar meus medos.



Sentimentos se emaranham

nas teias da indecisão,

amarrotei minha alma,

criei falsos deuses,

destruí as reais crenças

em nome de falsos valores.

Tratei a quem mais amava,

como algo que se possui

e não mais se quer.



Agora aqui estou

a viver na incerteza

se te terei algum dia,

ou se continuarei a viver

esta existência triste e vazia ?



Tenho aceito a realidade.;

te amar é sofrer,

é viver preso a tua imagem.

Tua lembrança me faz sentir,

momentos puros de amor

e agora sei que sem eles,

resta-me apenas morrer.



O tempo escoa,

e eu agonizo a tua ausência

a cada minuto,

a cada segundo

sinto a tua presença.

Quero-te aqui comigo

para juntos construirmos

nosso novo mundo.







IMAGEM E SEMELHANÇA





E avaliando :

_Sois onisciente

como uma mula

que de quatro a pastar

pouco ou nada sabe

inclusive sobre :

_Porque se alimenta.

Como o verme

que não sabe o que come,

nem que defeca

Sobre sua própria existência.

O que se segue !

É que somos

mantidos no mesmo marasmo

na mesma merda,

por um deus,

que dela faz

sua maior

representatividade.





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SANGRENTO XADREZ





Monstros do amanhã

que dominam hoje,

a tudo e a todos

aos atos e aos fatos.

Transportam mundos

devorando no homem :

_Sua mente,

seu caráter.;

seus princípios

e suar vontades.

Manipulando os corpos

destroem as almas.

Tomam tudo

e exigem palmas !.

Matam acobertados

pelo consenso ( medo) social .

Destituídos de sentimentos,

maquinam hoje

as ações de amanhã.

Sangrento xadrez

No qual somos peças:

_Rainhas que traem reis,

bispos que vendem os cristos,

torres que aprisionam os peões

cavalos abatidos

tudo em uma partida

que não importando

quem vença,

pois sempre seremos

os únicos perdedores.

Sem poder reagir

detidos no tabuleiro

entre lances de ir e vir.

Degolados por laminas

por nós construídas.

Não te preocupes,

pois, por mais vitórias que acumules

sempre persistira o risco,

de te unires um dia

a legião de homens sós.





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PARA MEU AMOR





Acho que é amor

esta vontade de rever você.

Não sei porque,

eu não vivo sem você.

Você bem sabe,

esta difícil viver.

O tempo (curto) passa

e muito há para fazer.

A gente continua na luta

esperando a coisa mudar.

Um sorriso no rosto

esconde o desgosto,

e o medo do tempo acabar.

Tem novidades na terra e no ar.;

velhos andarilhos

aprendendo a voar.

Agora vou para a praia amor

preciso dividir esta dor

com o mar.

Tristeza não presta

o mundo é uma festa

mas, não estou a fim de dançar.

È amor !

esta vontade de rever.

Agora sei,

que não vivo é sem você.







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JUVENTUDE





Desafiaste os conceitos,

destruíste os preconceitos

atacaste os padrões

reformulaste as normas

criando novas formas.



Aceitas novos padrões,

participas das criações,

formas novas mentalidades

ativas os fatores

que geram verdadeiras revoluções.



Compõem belas melodias,

para emoldurar novas letras

manténs os instrumentos,

cuidas da afinação,

preparas a orquestra,

valorizando os momentos.



Transforma a vida

doce alma perdida

no labirinto

cuja saída

somente o tempo

pode apontar.



Papel de renovadora

tens em tua época

assumindo a realidade

de que nunca morrerás

pois sempre haverá alguém

pronto a te seguir

aprendendo tudo o que tens

para lhe ensinar.





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MINHA LOUCURA



Minha loucura, foi buscar a sanidade,

nas incoerências dos homens.

Foi minha a loucura de tentar

seguir modelos de barro

quando moldes verdadeiros,

vem em formas de ferro.

Quanta loucura minha, buscar respostas

onde sequer,

haviam soado as perguntas.

Que louco fui, confiando cegamente

em quem era incapaz ,

de ver a verdade, espatifando-se

A sua frente.

Quão louco ou estúpido,

quão cego ou incapaz,

que quando perdido

no denso nevoeiro

em que nossas vidas

eventualmente, se deixam cercar

fui buscar rota perdida

no comandante de um navio

que nos rochedos

se deixou despedaçar.

Tão ou mais inepto,

que aqueles que aceitam.

as próprias limitações,

sem nada tentar

para que sejam transformadas,

em importantes lições.

Sucumbindo na enxurrada

de desculpas

e justificativas

que até seu fim inócuo,

certamente lhe farão,

compania.



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VEM MEU AMOR



Vem meu amor,

nesta tarde que se vai.

Vem, senta comigo

a ver o vento.;

ainda que estejas

apenas em meu pensamento.

És o mar.; e contigo

teu perfume

na brisa que vem e vai.



Tu não te vais,

pois meu amor te retém.;

eu não irei,

pois junto a ti ficarei.

Mais vida de teu sangue

mais amor de teu alento

mais luz no coração,

que me mantem.



Tu nunca iras meu amor

ainda que assim queiras,

pois se de minha memória fores,

meus olhos não mais te verão,

meus ouvidos não mais te ouvirão,

somente meu amor te mantem viva

dentro de mim.

Perto de mim, jamais partirás,

tua canção se faz minha

e nela estou.

Neste vento que vai e que vem

viajo para junto de ti

aguardando minha vez

de te encontrar

pois é neste vento,

que sempre nos veremos.



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VIDA





O que eu sei

desta vida infame.

Vida que compra,

vida que vende.;

vida que dá

para logo tomar,

vida dos fatores

que o tempo subtrai.



Vida, cujo inicio é a morte

pois nascer .;

representa com sorte

a certeza do morrer.



vida de alegrias,

regada por tristezas.

Encontros e desencontros

arte da procura

retratada por perdidos.



Sentimentos marcados

por rumos tomados,

obstáculos transpostos

seres objetos

de táticas abjetas.



Mortos vivos,

circulando no tempo

deste planeta obscuro,

marcado por regras

absurdamente medíocres

e esteticamente repetitivas.



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MUNDO MENTAL



Perversos cidadãos

de um mundo imaginário

localizado no centro

de um cérebro reacionário.



Envolvidos em intrigas

e disputas de poder.

Matar, mentir

chantagiar, iludir

enganar e morrer.



Terroristas de idéias

assassinos de fatos

traidores de sonhos

vivendo em buracos

disputados com os ratos.



Matadores do real,

desconfiam do puro

pois, vis e podres

montam os fatos,

distorcem a verdade

manipulam os fatores

dominam as mentes

reduzindo os homens

a meros instrumentos

a serviço de seus desejos.

Pobres iludidos.

Tentando encontrar a paz

refugiam-se nas guerras

enviando aos matadouros,

as tocas das feras

doce vida, juventude.;

ainda que retalhada

jamais morrerá

jamais será dominada.



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POR VOCÊ



Sonhos de viver

feliz e sem sofrer

amar, sorrir

chegar depois partir.

Canções de amor

com letras que não refletem

a dor.;

você sempre presente,

Na terra, no mar

voando livre pelo ar.

Te amar, por ti viver

minha alma te pertence

enquanto viver,

enquanto sentir tua presença.

Amando teu corpo distante

seguindo meu destino,

te amar desde menino.

Abrir minhas entranhas,

mostrar o mais profundo

com você compartilhar

todo um novo mundo.

Abro meu coração

formo novos ideais,

Em busca de novas formas

de te mostrar o quanto te amo

mantendo tua imagem

viva e real.

















TEU HOMEM



Dentro de seus olhos

que haja um brilho a dissipar,

a nevoa do medo por mim.

Antes de me aceitar,

que haja um pouco de paixão

um pouco de pudor

e todo um coração

transbordando de amor.

Que um calor possa explicar

porque tuas mãos

movem-se ternas e macias

ao me desnudar.

Teu homem tem que ser

cheio de paz,

sincero até morrer.

Teu homem tem que ter

vontade de sonhar,

ser um pouco de criança

que te abraça e chora

sem receio de viver

o quanto te adora.





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NAVIOS & PORTOS



Estrela estraçalhada,

nas poças de água parada.

O sangue no chão

do peixe fisgado,

mas ainda respirando

a ilusão da volta ao mar.



Martírio lento,

faz do arpão o sofrimento

mais uma razão para nadar

para dentro do corpo

porão alagado, lago raso

como chorar.



Eu que ancorei em um só porto,

eu que tanto naveguei

por sertões azuis,

dei de naufragar no pó,

destas cidades sem luz.



Velas soltas,

são teias entrelaçadas

são cacos de vidro na mão

velhas garrafas quebradas

nas vielas escuras.

Das mulheres vagas

que vivem em meu coração.















EM QUALQUER ESTAÇÃO



Um brilho de luz no farol,

um destino na ponta do olhar

o mistério profundo do mar.

Um navio no porto a chamar

por você.



No balanço das ondas se vai

o que era acalanto.

No passar da tarde

vem à tona a saudade

em meu peito ancorada.



Um navio no horizonte do olhar

mistério profundo de amar

hélice dos sonhos a girar

silêncio do porto a falar

de você.



No balanço das ondas se vai,

o que era destino aconteceu.

Em qualquer estação,

Primavera, outono,

inverno ou verão

me encontrará no mar

a te esperar.







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IZABEL



Você e eu

nos conhecemos na areia,

nela erguemos castelos

que frágeis

o mar levou.





Você e eu,

mergulhamos profundo,

nadamos por abismos

em todos os oceanos

seguimos os peixes,

Que com suas cores

refletidas na água

fizeram com que nos perdêssemos.





Nadamos de volta a terra

e novamente nos encontramos

nas pedras,

nos rochedos

que cercam o mar

S

sólidos

porem frágeis,

uma onda nos pegou

e novamente

o mar nos separou.

Agora aqui estou

novamente na praia,

a te esperar

para quando saíres do mar

nos encontremos.;

e juntos construiremos

sólidos e eternos castelos

que o mar não mais os leve.

Para que os peixes

não mais ofusquem.

E as ondas não alcancem

os rochedos

onde iremos viver.







AINDA.; MARIA IZABEL



Cada pedaço que quebrou,

em nada mudou a história.

Ainda quero teu amor.

Vem comigo,

que estou tranqüilo agora

e quanto mais te quero,

mais sei,

o mal que te faço.

Mas é meu destino

ir onde me levares.

Vem dançar comigo

vamos queimar num abraço

e com os nossos sonhos

vou tecer uma canção.

Cada pessoa que te ama

terá lugar e hora

enquanto for nossa a luz.

Seremos amigos antigos, agora

quanto mais desejo

Mais sei,

tudo o que não posso desejar.

Mas, é meu destino

ir seguindo e acreditar.

Ainda por cima

tudo nosso rima

tudo em nós ensina

o que se vai aprender.









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SAUDADES





Oh,saudade,

doce e silenciosa amargura

que lentamente dominou meu ser

razão e emoção,

soluções e duvidas.

Buscando novos horizontes

para emoldurar velhas estrelas.

Sentir o tempo

impulsionado pelo vento,

transformar vidas em sentimentos

e estes em saudades.

Quanta dor

marcando-me para sempre

indicando a tão esperada resposta.

Vivendo para você

e por ti sentir-me vivo.

Saudade

que agora madura

dá-me a certeza real

do erro cometido.

Quanto se aprende

com este sentimento que representa

todos os outros

em perfeita união.

Me dê a dor,

embasada no amor.;

incoerência viva,

com seus prós e contras.

Lagrimas que fulguram

como o brilho dos meus olhos

quando te vejo.

Feliz tristeza, que agora me domina

como morto

que pelo julgamento final aguarda

e nem por isto

nas saudades

e para si

deixa de existir.





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O TEU PERFUME





Sai à rua,

Para tentar te esquecer.

Envolvido pela noite

nos passos da vida

sinto a brisa me entorpecer.





Neste abraço terno

esvoaçante e suave

reencontro teu perfume.

Tão perto, tão você

tão sonho.



Em um piscar de meus olhos

me vejo voando

ao teu lado

tocando as nuvens

ouvindo as canções dos anjos

por este momento, ser embalado.



Moldura de minha vida,

de meus pensamentos

e dos momentos mais poéticos.

Descoberta do amor,

nas palavras

que expõem meus tormentos.

Solidão,

que me arrasta ao delírio

profunda e verdadeiramente onírica.

Loucura ,

que me faz sentir

o teu perfume

a tua presença

nas ruas,

nas vielas escuras

destas noites

onde não mais te encontro.





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A BUSCA



Faces,

cabelos,

nuances.

Em fração de segundo

Buscar teu rosto no mundo.

Nenhum é você,.

nas ruas,

nas praças,nos bares,

sigo sempre olhando

por um sorriso buscando

vejo apenas

quem não me vê.

O movimento,

o corpo,

as formas.;

pelas ruas seguindo

e elas sempre fugindo

do meu abraço,

do meu amor.

Sonho,

memória,

imagem que não me engana

pois a mente já insana

acalenta a ilusão

de novamente te encontrar.







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O ANDARILHO



Se,

em algum dia

nossos olhos

se encontrarem,

sei, que irei voltar

a viver

toda esta dor.



Longe de teu corpo

inda sinto teu perfume

o gosto de teu gozo

não me sai do coração.



Vivo sem revoltas,

sem festejos,

sem fanfarras

eu e esta tristeza

companheiros na solidão.



Tentando me encontrar

nesta noite sem sentido

como se meus sonhos

fosse tudo o que restou.



Sou um andarilho

sem parada

e sem descanso

vago pelas ruas

procurando

o meu amor.



Canto este lamento

na esperança

que me ouças

e que destas sombras

saia o som da tua voz.



Componho minha vida

com mentiras

sem sentido .

negando a verdade

vou tentando me enganar.



Pois, tenho a consciência

que tu fostes

para sempre

e tudo o que me resta

é rezar

para morrer.





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SONHANDO COM UM SEMBLANTE





Acordando na noite quente,

cheia de sons e de sombras.;

contando as horas para que o dia

beije minha alma

e me aqueça do frio insensível

da solidão.

Todas as noites

sonhando com um semblante

que de meus olhos fugia

nas escarpas profundas

da ausência sem fim.

Quem passa por mim

nesta madrugada sem cores

neste abismo de vagas e de sons,

de almas e de tons,

não sabe, nem sequer quer saber

se eu existo.

Louco de amor por um vulto,

uma face, um perfume

entregue as brumas

sonhando com um semblante.

Agarrado ao que me resta de vida

de sonho e de luz interior.

Face que antes contorcida

suada, marcada

agora tocada, por raios de luz,

pelo suave perfume do amor.

Sonhos de menino

realidade do homem

desejos que me fazem

acordar e ver teu rosto

sentir teu corpo

sorver teu gozo

te entregar meu coração.

Foi assim quando te vi

será assim

que sempre me lembrarei

de quando para a aurora

da minha vida acordei.



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SOMBRAS



As sombras

saem dos corpos

e ganham vida própria.

Desfilando no céu

dos que nada tem.

Paredes e sarjetas,

rejeitam as tentativas

do amor explicito

do bailado sóbrio

da virtude bêbada.

Sombras que brilham

na serena certeza

da sombria beleza

do sonho transposto

em real concretizado.

Adendos do ser,

partes dispersas

em pequenos universos

dotados de vida

banhados por sois,

cercados pelas sombras

que irradiam

e emolduram

a luz que em cada um

existe.













EU





Pequenos pedaços,

partes de uma vida

que meteóricamente chocou-se,

contra a muralha erguida

pela inócua troupe.

Medíocres que unidos

pela vitória manipulada

nivelaram o mundo

a sua imagem e semelhança:

_ Por baixo.

por onde certamente,

poderiam enxergar

seus próprios orifícios anais,

tentando controlar

(Com êxito)

todas as perspectivas.

Ditando regras torpes

formaram suas legiões

que subjugaram

e massacraram

sem piedade:

_Os desiguais,

os sonhadores,

os lutadores,

os seres humanos.













NAVEGANDO EM BUSCA DE UM AMOR





Viajo pelos mares,

em busca de teu porto.;

dias e noites passados

em busca do alento

do seio que alimento

com os beijos do regresso.



Seguem as gaivotas,

aos bandos a me guiar

apontando as nuvens distantes

que refletem como espelhos,

teu corpo que flutua no mar.



A luz do farol,na noite

tira-me de rumo incerto

devolve o caminho

que hoje navego sozinho,

pela vida,pelo sonho

a te buscar.



Esta brisa que me move,

também sopra em meus ouvidos

as velhas canções de amor

que me fazem flutuar

que me levam a dançar

que afastam de mim a dor.



Longitudes que aproximam

as latitudes da vida.

Seguindo as cartas

que como se na sorte

vão me afastando da morte

prolongando meu sofrer.



Caminhos incertos,

nesta busca

sem instrumentos.;

guiado pelo amor,

pelo instinto

e por meus tormentos



A maldade me corta o peito,

como o vento que rasga as velas

fria lâmina precisa,

insensível aos meus lamentos

finda os movimentos,

da viagem que agoniza.



Afunda o barco

em mar revolto.

Naufraga o amor

acaba o sonho,

sucumbe o desejo.;

_ De bom.;

o fim da dor.





















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