Mil léguas de lugar nenhum
Os mitos tornam-se realidade a mil léguas de lugar nenhum.
Onde eu penso existir,
passa a acontecer o que antes não existia.
Sou pedra comum,
diamante não lapidado,
que não tem como brilhar.
Vou tirar a lama de cima.
Mostrar o barro de que sou feita.
Vou brilhar o meu carbono,
mesmo que não aparem as arestas da pedra que sei que sou.
O que o coração sente,
os olhos cegam,
para que eu não consiga sentir.
O que a terra enterra,
já não pode brotar
em lugar nenhum.
© Maite Schneider
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