110 usuários online |
| |
|
Poesias-->INCOERÊNCIA -- 21/03/2002 - 08:36 (Ari de souza) |
|
|
| |
Desde quando
Pesa-te a discrepância?
No beijo, na boca
Da mulher madura,
Que afogou
E não lamentou-te.
Desde quando
O desafeto da harmonia
Na sua carne
Infantil ainda
Te fez moleque
Nos braços da rejeição?
Não sei.
Mas o beijo
Desde quando
Nos mostra a verdade,
A desigualdade
Do corpo e da mente?
E foi
Nesta adolescência dispendiosa
Que gastou
O tempo que faltava
Para tornar-te homem.
Homem indelével,
Compulsivamente teórico
Arrédio
No sulco das linhas
Amarelas
Laranjas-ouro
Vermelhas no fim do passeio
Que o sol perfaz sobre ti.
Desde quando?
Te disseram do engano
Na vida jovem
Do amor que se espatifou
Na conquista dos anos.
O pior dos enganos
Você diria
Que passou e não viu.
A ressaca ficou
A noite ruiu
Você trágico sorriu
E bateu na capa dura do peito
Querendo com vergonha
Uma explicação:
É que o amor não fica
Nas modéstias da vida.
Enquanto cambaleia
E ergue
E volta a beijar
O pó e a ferida,
A incoerência
Toca suave
Os passos em compassos
Nas batidas
E sortidas
Vozes do coração.
|
|