Mereço sentir o que
As minhas mãos geladas,
Insensatas e amargas,
Sentem ao tocar o ar gelado.
Dói dentro de mim com
Incrível violência, como se
As minhas entranhas
Se rasgassem ao sopro do vento.
Mereço não ver nascer dentro de mim,
Esse novo homem que
Nas noites mal dormidas
Ocultou-se nos lençóis do esquecimento,
Sucumbindo ao som
Tenebroso do horror. E se
Esquecer de que
Mesmo adormecido, existe ainda
Possivelmente dentro de mim
O fruto puro que já provei um dia.
|