Luis Carlos Paraná foi um dos maiores compositores da MPB. Sua voz grave lembra Gilbert Becaud, o grande astro da MPB francesa, falecido há algumas semanas, aos 78 anos. Suas canções fizeram sucesso na década de 60 e 70. Romântico convicto, Paraná construiu o Jogral, uma espécie de bar-restaurante-casa de show, que foi, em sua época, a mais aclamada de São Paulo.
Sua morte, inexplicada e ainda não completamente assimilada pelos amigos que o conheceram deixou um vácuo no romantismo brasileiro. A poeira dos anos quase apagou os títulos de seus muitos discos. Quase! Porque quem o conheceu, jamais o esquecerá. Quem o ouvir, também não! E, para ajudar a soprar essa poeira da indiferença à sua belíssima obra, nasceu um poema onde utilizo o mesmo título e métrica dos versos de uma das suas mais belas canções – e de maior sucesso. E, Em sua homenagem, encerro o poema com os versos dessa canção:
QUERIA
J.B.Xavier
27-01-2002
Queria Versos de alegria
Uma harmonia,
Paz interior...
Queria uma sinfonia
Já ao fim do dia
Feita de amor...
Queria que você voltasse,
Que nunca chegasse
O dia de partir
Queria que você ficasse,
Que você sentisse
Esse meu sentir...
Queria claros horizontes
Luz por trás dos montes
Lindo amanhecer,
Queria que você mentisse
Que jamais partisse
Desse meu viver...
Queria ser a luz do dia,
Ser a agonia
Desse esperar,
Queria que você ficasse,
Que jamais chegasse
O dia de chorar...
Queria ser doce mentira,
Ver o fim da ira,
Ser a ilusão,
Queria que você somente
Fosse eternamente
Minha inspiração...
* * *
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