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Poesias-->[[EVIDÊNCIAS SEM VALOR]] -- 25/01/2002 - 12:29 (Ari de souza) |
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Meu velho, algum dia...
Chupado pelas rugas
De volume minúsculo
Na magresa dos gestos.
As orelhas anormes,
Quase surdas,
Já não causam conflitos.
Bom velho
Que sente galvânico
Os músculos tremerem.
O frio corpo apoiado
Sobre o frio balanço
Livre nas frias palpitações do vago.
Querido velho
A calça azul
Uma perfeita antiguidade do bom senso.
Que ainda espera ver nesta manhã morta?
O sorriso passageiro
Nos arredores da varanda.
A estátua deste velho
A zelar suas lembranças.
Mas dias virão
E num deles
Raízes serão arrancadas pancadamente.
O velho digno
Com a memória carcomida
Mastigará lento
O resto da vida.
Tinha mesmo
Linda ferrugem de virar
E verei como foi incalculável
Imaginar na juventude
O velho que haveria de me tornar
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