E se encontraram na rua, o belo e o ódio, e se avistaram, e se olharam, e se muraram, e se curvaram. Uma para exibir o belo, a outra para mostrar uma pedra, e se esquivaram, e se evitaram, e se desviaram, e se contornaram. Todos querendo ver, daquele conteudo galante, o que iria acontecer. E se ofederam, e se juntaram, e se insultaram , e se ultrajaram. Da multidão admirava, os aplausos, gritos e apupos, que naquela hora arrancava. E se chegaram, e se juntaram, e se uniram, e se roçaram. E na multidão a instigar, uns gritavam: pega, lincha, mata. Outros mais temerosos diziam, aparta!! E se cheiraram, e se cuspiram, e se lamberam, se babaram. Que é o próprio povo humilhado, levando a vida que levam, de pão e circo fadado. E se posaram, e se fecharam, se abriram, e se trancaram. Apertem o coração com a mão esquerda, e desçam o pau com a mão direita. E se esvairam, e se secaram, e se molharam, e se enchugaram. E assim termina a estória de dois conjunto do ser humano, e se falaram, e se opinaram, e se julgaram, e se condenaram. -JOSE ANGELO CARDOSO. -Poeta, contista, artista plastico.
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