CATATONIA
É sombrio, taciturno o cair da noite.
O calor sufocante misturado à umidade do ar,
as nuvens densas, escuras, formando desenhos
que se delineiam em coisa alguma,
as árvores, paralisadas, parecem petrificadas
pela supressão do movimento,
os últimos raios de luz cedem lugar
ao sombrio do céu sem estrelas.
Minhas angústias, frustrações,tormento,
fundem-se, confundem-se
com a melancolia do momento
que se arrasta lentamente,
como se nada houvesse pela frente.
Ler, foge-me a concentração,
escrever, faltam-me palavras,
a música,queima a alma
como brasa em carne viva.
Os pensamentos insistindo, persistindo,
mitigando a alma, açoitando o coração,
o corpo apático, queda-se imóvel,
falta-me energia, falta-me perspectiva,
só o vazio gritando por ser preenchido.
Tento dormir, sair da consciência,
calar os pensamentos,
minar os sentimentos.
GCunha
25/11/2001
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