Argumento de certos dias,
lembro daquela criança,
que foi bem educada,
mas às vezes ou quase sempre,
não é reconhecida.
Olho para essa criança comunista
e desespero chorando,
num choro infantil,
choro que é meu.
Criança que de fato,
não lembro, não escuto,
mas sei que na verdade,
essa criança sou eu mais novo.
Ao me chamar de malandro,
nunca estendo a mão,
fingimento não predomina,
às vezes sou seco.
Mandaram-me ficar calado,
calado eu fiquei,
mandaram-me sair,
sair eu andei.
Não entristeci,
pois raiva, agora não sinto mais,
não sinto nem meu corpo, a chuva chegou,
a chuva negra e capitalista, trouxe a tristeza.
Só disseram que eles tinham o caminho melhor,
senti como um ninguém,
não escutei, mas não esqueci,
daquela chuva que veio após a bomba.
Pessoas que amo, no chão,
tudo magoa-me,
por todo lado que vejo,
falam da sociedade, nunca falam bem.
Continuo andando na chuva negra,
para que aqui posso ser ouvido,
pela natureza? Não sei,
mas não será prejudicado.
Da linda rosa que enganou-me,
a imensa rosa da bomba que destruiu minha vida.
Bomba atômica! |