Frases negras, gritos mudos,
Flores vagas, sons distantes.
Confissões, tristezas, ódio,
Dor, inveja e falsidades.
Céus escuros, vida escura,
Sangue podre, iniquidades.
Rostos tortos, mundos mortos,
Vidas desestimulantes...
Passeios de noite escura,
Passo firme e olhos abertos.
Voz das praças, véu das nuvens,
Vidas, mortes, cemitérios...
Mortos de vida inútil,
Mãos desenham negros versos,
Chame a Chama, o Fogo Eterno
Que ilumina seus mistérios...
Todos sonham néscios sonhos,
Sonhos de felicidades!
Que prometem, que alimentam.
Sonhos.; somos tão carentes!
Emoções, amores, dúvidas,
Conflitos, novidades...
Almas que não tem pouso,
Tão cansadas, tão descrentes!
Sugar da noite a essência,
Rubras trevas, vil desgraça.
Vendo assim despreocupado,
Toda à mórbida beleza
Do universo que conhece,
Sem notar que a vida passa,
Morde e prende, lembra e esquece,
Vai conforme a correnteza...
Noites que a morte inspira,
Sangues, sombras, vidas vagas...
Rastros de vãos amores, luzes,
Eis seus desafios...
Tormentos que a’lma descobre,
Seus suplícios, suas chagas.
Vai conforme a correnteza
Mas você é quem escolhe os rios...
Viva pois e viva bem!
Marche a vida, à passo forte,
Morte à ditadura podre
Da alegria, da beleza.
Creia na felicidade
Embora creia.; tudo é sonho...
Que pobreza olhar a vida assim
Desse ângulo tristonho,
Mas possível ver a vida
Sem a dor, a treva e a morte?
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