CANIBAIS
Nas selvas, os turistas cuidam de suas cabeças:
"olhos de lince", "pés de lã", "ouvidos de cão"
para um pouco mais de duração.
Os habitantes daquelas regiões
passam noites em vigília:
cabeças penduradas
e um caldeirão a ferver.
Os vapores do cozido são aromas nos narizes,
aquelas "belas" cabeças
mudando-se
dos seus antigos tamanhos
para tamanhos menores.
Tinhamos também, civilizados,
não tão civilizados,
célebres "quepes vermelhos",
só que não tão bons artistas:
igualmente pegavam suas vítimas,
mas com "um rolo de amassar pastel", por nome cassetete
queriam diminuir-lhes as cabeças com pancadas.
Resultado: depois de uma ginástica danada
entregavam desconsolados nos hospitais
as vítimas mais que vítimas,
com cabeças de meia tonelada.
Isaias Passos |