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Poesias-->SURFISTA FERROVIÁRIO -- 30/03/2000 - 15:48 (sidney pires) |
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SURFISTA FERROVIÁRIO
Como uma esguia serpente
De aço, lá vai ele
( Suburbanamente )
Preso aos trilhos
Sacolejando no espaço
E em seu dorso
Espadaúdo e liso
(Sonho de liberdade)
Leva os surfistas aéreos
Driblando a gravidade
Nestes dias de infonáutica
Onde jovens se aventuram
A navegar na internet
Parece horrendo e patético
Saber que outros morrem “surfando”
Nas ondas dos trens elétricos
E esparramada
Em dormentes
(Olha o bote premente!)
Rasga a esguia serpente
Sacolejando no aço
Nos olhos da massa
Extática
( Ares de perplexidade)
Há tanto susto e espanto
Que o cenho é só gravidade
Por que será, por qual crença
Que estes jovens, lindos filhos,
Se perdem da vida nos trilhos?
Quais são as amargas lembranças
Que transportam como herança
Para tanta indiferença?
E nas praias
Badaladas
( Ao som de míticas motos)
Desfilam de prancha importada
Outra classe de banhistas
Não tiveram a estranha
Sorte
( Ou sina, ou praga, ou chacina)
De nascer tão pertinho da morte
Como estes outros surfistas
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