Papel que nos fala de um tempo qualquer
Desenho estático de um quadro da vida
A vida... essa mesma que atropela e, atrevida,
Diz-nos que as coisas são como ela quer.
Mas vida, corres solta junto ao tempo!
E o tal retrato, célere, lhes persegue.
Como presente, promíscuo, tem entregue
detalhes do que rumava ao esquecimento.
Vendo-te hoje, lembro-me bem
Dos lapsos de memória, e das ausências
daqueles que pra mim não eram ninguém.
Mas vi-te outrora, é... vi-te, também!
Sem máquina em punho ou fluorescência
E me lembro da mão na mão deste alguém. |