A loucura que tomou conta do meu povo
brota dos meus olhos
quando olho a face cansada
de meu pai.
Quando noto os olhos já pesados
que trafegam, sofridos,
pela incompreensão dos homens.
A loucura de que falo
está refletida nas retinas
que passam por mim, velozes,
por entre barracos e vozes.
Está nos olhos dos velhos
que com a vida finda
encostam o rosto nas paredes e choram,
envergonhados.
A loucura que tomou conta do meu povo
anda nua pelas ruas
e gargalha dos que a reconhecem,
impotentes.
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