É você quem eu encontro nas poesias que eu escrevo quando perco o sono; quando perco a coragem e quando perco a paz e se tem tanta tristeza nas coisas que eu falo no papel é culpa sua porque foi você quem me procurou e disse que me amaria pra sempre. Agora tudo em mim fica pelo avesso e antes eu ria das coisas dos casais nas novelas e agora choro com eles, pelo amor negado, pela tristeza das canções de amor, e eu é o que você deixou de dor.
Você dizia ser tudo pra mim, era minha carne, minha cama e meu silencio e até mesmo meus berros e ainda sim, você ficava por perto, e eu tinha tanta certeza de que você nunca ia sair daqui. Você era a minha segurança pra cometer meus erros costumeiros, e você era a garantia do meu perdão e aquele olhar apaixonado me fazia ter febre nas noites em que eu passava em claro; e era você meu tudo e eu seu nada agora.
Pelo caminho por onde a gente andava, eu deixava as pegadas de magoas em seus sentimentos e você nada disse sobre isso, e eu seguia rasgando o seu coração. E você continuava a dizer que eu era a tua noite de sono tranqüila, seu poema preferido, e eu acreditava que você nunca fosse sair pela porta pra nunca mais voltar. E agora eu não quero mais dormir porque esse silêncio é tão doloroso quando antigamente tinha a sua voz a dizer que eu era o seu tudo, e ainda sou eu aqui.
Fico com muita raiva quando lembro de você me dizendo que você era minha comida, minha velhice, meus cabelos que caiam no ralo do banheiro; e agora você é meu avesso, minha falta de apetite, minha solidão e todo esse vazio que eu sinto, é isso que você é agora pra mim. Você é toda minha culpa e toda minha desculpa, e tudo que eu consigo arrumar pra achar uma razão pra você ter deixado de me amar, e eu é o que você não quer mais pra te fazer feliz.