Esperando o trem, sozinho no velho banco da estação, eu ainda ouço você me pedindo: ‘Se você me ama; não me deixe ir e me peça pra ficar aqui!’, mas eu me calei e oh, por favor, eu sinto muito, eu não fiz do seu coração o meu lar. E agora sinto tanto a tua falta, enquanto pedalo sob as luzes triste de natal acabo de descobrir como é ruim se sentir sem ninguém ao lado.
Hoje, não há novas lembranças, não há nada de novo, fico apenas com um dia eterno pra lembrar da primeira vez que você sorriu pra mim. E eu um garotinho com óculos grandes e um livro enorme nas mãos me sentava atrás da velha prefeitura pra ler pra você estórias de um natal que já não existe e assim te fazer mais feliz.
Olhando a nossa rua, não vejo mais os terrenos por onde brincávamos e nem as velhas casas enfeitadas pra noite de natal, só edifícios, isso enche meus olhos de lágrimas e era muito prazeroso andar de mãos dadas com você pelas velhas ruas do nosso bairro, sem o barulho dos carros e o som vindo das fábricas, velhos tempos, novas ruínas.
Onde eu me escondia era tão seguro e parecia que o futuro nunca chegaria até ali, e como toda criança eu era feliz e não sabia. Sentados na cadeira da escola, ansiosamente esperando pelo castigo, nossas mãos dadas, apertadas, e eu choro ao lembrar desse tempo que fugiu. E lembro de você dizendo: ‘E se você não me ama mais então simplesmente vá e não dificulte mais as coisas... Vá!’, e naquela noite de natal, eu simplesmente fugi dali.
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