Uns dias atrás eu me lembro de uma promessa que fizemos em continuarmos sendo os mesmos; e você me pegou pela mão e sorriu; e depois disso nada mais foi igual. As estrelas começaram a desaparecer do nosso céu cinza e por mais uma vez; eu perdi a voz quando você mais precisou de mim. Mas, eu quis que você me levasse em seus olhos e que não me deixasse ir; embora o céu estivesse morrendo naquele momento e tudo que você sentia também.
E eu que sempre estive caindo como a neve que se consome pelo chão sujo; onde seus pés não pisam mais; e depois quando vem a lembrança em minha mente; eu procuro por suas mãos e nada encontro e vem a lágrima do jeito que você nunca viu; e desaparece. O primeiro beijo com um gosto amargo; de uma saliva acida do mesmo sangue; o único amor que não vai ser recompensado e que ainda causa fogo nas memórias.
Sempre é a mesma coisa; seu crime não vai ser mais perdoado e seu sangue sujo vai ser limpo de onde você tocou; mas eu toquei no céu quando fiquei de joelhos diante de você; e agora tudo vai ter que ser demolido nesse dia estranho. E eu esperei pelo fim que não veio e nem veio o perdão também; e fechei meus olhos quando sua porta se fechou e fiz daquele momento o meu recomeço e tudo se foi pra sempre.
Eu nunca quis que fosse assim e sempre imaginei que o nosso mundo não fosse ter poeira embaixo do tapete; e seu rosto era tudo que eu queria segurar; junto com as promessas que fizemos de um dia sermos mais fortes do que eles; e assim; sorrir disso tudo dez anos depois. E agora tudo que eu faço é tentar segurar as lembranças que escorrem por entre meus dedos; levando você embora e eu aqui querendo apenas estar na minha cama onde eu pertenço a mim mesmo; e pensar em tudo novamente; sem arrependimentos ou fugas.