UMA FOTO
Fim de tarde, início de noite,
Silêncio por definição
Apesar do som dos automóveis,
Do latido dos cães,
Do cantar dos grilos e dos pássaros.
Uma réstia de sol no horizonte
Embaçado,
Cinza e dourado,
Como uma ponte
Curvado.
No aconchego do meu quarto
Observo as lâmpadas dos postes
Que se acendem sozinhas
Enquanto a alma vagueia
Solitária.
Na mão a foto
De dois jovens sentados no tronco
A beira
Da erma cachoeira
No interior esquecido.
O tempo passou
E desaprendi o sentido
Do cultivo da amizade
Com abraços e sorrisos
Na distante mocidade.
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