BALLET
Cântico de azeite,
salve o teu deleite,
espiga luminosa,vozes de néon.
Parto de mistérios, porta soberana!
Todos os crisântemos, todas as leitoras.
Glória nas entranhas
e paz na guerra que morro por ti.
Cálice de estrelas,
mijo luminoso sobre a noite.
Restos de mim e de ti!
Glória nas palavras
e paz na espera que movo por ti!
Cálice de estradas,
viagens de Liszt, borboletas de Parrot.
Graça ao vinho e aos amantes
o planeta resiste.
Porto de mistérios, parte soberana!
Alma surfista, faminta e artista,
rosas ao vento, amante cigana.
Faço da vida um ballet...
Enquanto pinochets crescem nos porões
e intermináveis túneis
das mentes bloqueadas.
Marciano Vasques
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