Não conto mais a ninguém
a vontade de revisitar teu nome
cristalizado no verso insuspeito
das poesias de ontem.
Mas a urgência de escrever-te
pretere qualquer saudade ainda inexistente
que possa haver entre
dois seres que vivem,
de modos tão diversos,
os apegos inusitados da inspiração.
Assim, eis que risco e arrisco
o jogo vital das rimas vespertinas,
enquanto releio minha própria estória
profetizada em grãos de areia sagrada -
a mesma areia que hoje
salga teu corpo seminu,
deitado, caprichosamente,
à margem direita de Deus. |