O tempo que não retorna.
O tempo passou.
Coisas grandes, tornam-se pequenas
e pequenas, tornam-se grandes.
O campinho, não é mais o mesmo.
O pomar, já não te fascina,
o sabor da fruta é diferente,
agora, esperamos que amadureça.
Já não brincamos mais de pêra, uva e maça.
O pôr do sol, passa a ser o fim de um dia.
A lua, para os enamorados.
O sol difícil de ser suportado.
O mar, imenso vira gota.
Até os nossos passos modificam,
passamos a seguir outros passos.
Nosso primeiro amor...
Ah! inesquecível...
Viramos patetas, quando não poeta.
Passos certos e incertos.
Aqueles olhos, não mais serenos.
Até o mel, muda de sabor.
Passamos a ouvir o silêncio das coisas.
O sino da igrejinha foi esquecido,
recebe só o tato do vento.
O vento passa a ter som,
quando não vira sopro... brisa fresca,
para tardes na calçada.
Um tempo tão distante,
tira de seu interior infinitas recordações.
E outra história volta a ser escrita.
Por seus filhos.
Então nos tornamos senis,
antes de sermos esquecidos.
Vilma Souza |