Acho que ri do riacho meu querido
e seus olhos são raízes
das coisas que ele vê
quando anda sob a lua em Luanda.
Trazido feito húmem,
no bojo das águas cresce como um hino,
em Costa Rica, em San Marino.
Penso que salta valeta em Tegucigalpa,
em Suriname,Portugal,em Malta.
Ou sonha tardes em Senegal.
Talvez, num relâmpago, sorria em Omã,
fale papiamento em Aruba,
ou morra de Leidenschaft em Andorra,
ou mesmo de amores nas ilhas Camores.
Talvez sua alma tome forma nas pedras, ladeiras,
madeiras, nódoas do porto.E parta.
Pode ser que olhe escapamentos, escaparates,
breu atracando em manhãs de hulha,
e coma romã, praline na Bulgária
ou, sem marralhice,
mastigando a ventania sob marquises,
cerre os olhos na Candelária.
|