II
"Rolando mansamente entre a cidade e a mata",
sob um céu sempre azul, poeta e trovador,
no alaúde de pedras claras da cascata,
passa o rio, a cantar uma canção de amor.
Vem da Barra à Encoberta e segue ignorante
que a cidade cresceu, em ritmo apressado,
a indústria, o comércio, a faina galopante...
Só ama e só quer ver as coisas do passado.
Como o rio, eu, que guardo uma antiga paixão
da velha Muriaé, fico imerso em saudade,
que a cidade cresceu mais que o meu coração.
E, poeta como o rio, aqui fico a sonhar:
...a praia inculta e rude... a infância... a mocidade...
"ao sol, à luz prateada em noites de luar..."
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