NO SILÊNCIO DA NOITE
Tereza da Praia
Quando meu corpo repousa,
Minha alma deixa seu casulo.
Voa livre, até que pousa.
Do amor, escreve mais um capitulo.
Rompe a barreira do tempo
Pula muros, enfrenta o vento.
Invade seu quarto semi iluminado.
Com beijos ardentes deixa-te alucinado.
Teu corpo fica incandescido
A alma fica lavada, com cheiro de pecado.
Quando vem a aurora em sua carruagem
Trazendo o dia, enchendo-te de coragem,
Eu fujo da armadilha.
Volto para o meu abrigo
E tu imaginas que sonhaste
Que foi um rio em torrente
Que o teu leito arrastou
Sentes o frio das águas,
Mas não adivinhas meu amor.
Na minha vida, não és ribeirinho,
És oceano profundo.; embriagador vinho.
Afoga-me em ondas, avassalador.
Quando estou em seus lençóis
Ou quando nos amamos no chão
Nas lindas cores dos arrebóis.
Sinto-me feito a pétala da flor,
Que no vendaval do seu amor,
Voa sem destino, em desatino o coração.
E quando estás distante
Perco-me em meus lamentos lancinantes.
Presa de tua magia
Fico como pássaro, tomado pela apatia,
Preso numa redoma de vidro transparente
Esperando sempre a noite confidente
Quando minha alma, do corpo, se liberta,
E vôo ao teu encontro à descoberta
E em delírios de sonhos e poesias.
O meu coração ateu
Bate de encontro ao teu.
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