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Poesias-->POEMA INCOLOR -- 05/10/2006 - 23:03 (Tereza da Praia) |
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POEMA INCOLOR
Tereza da Praia
Tudo tão igual,
Os dias passam. Coisa tão banal.
Nada acontece. Rotina infernal.
Estou como um livro empoeirado,
Esquecido num canto.; guardado,
Na estante envelhecida.; abandonada.
Nem sempre foi assim
Já fui decoração de jardim
Hoje estou démodé.
Como pingüim de geladeira.
Nem chego a ser bombril que tem mil
E uma utilidades.
Carrego as minhas domésticas futilidades.
Poderia dizer: "vou partir"
"Vou-me embora para pasárgada".
Mas para que fugir pra terra idealizada?
Não sou amiga do rei.
Não quero cama especial
Para amar o homem que não terei.
E onde me esconderei?
Como escapar do mundo surreal
E da vida real que criei?
Como fugir de mim mesma
Andar por aí a esmo?
Como esquecer minha vergonha
De ser tão transparente, tão ingênua.
Hoje me quedo tristonha,
Logo eu que tenho vocação para a alegria...
Andar livre, nua pela rua.
Ficar aqui nesta arrelia
Perdida numa sem fim nostalgia.
Era bom quando eu acreditava
Mas hoje não acredito mais...
Tiraram meus sonhos banais
Deram-me vendavais...
Abriram-me os olhos existenciais
Eu vi. Era uma ilusão...
Agora há que por o chão nos pés
Ou há que por os pés no chão.
Rotina... Retina... Olha o revés
Cuidado com o coração!
Atenção!
(E o São Paulo empata o jogo,
é fogo! bota fogo!)
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