SALADA DE IDEIAS, OU IDEIAS DE SALADA.
Sem pensamentos,
Doente dos olhos,
Sem sentimentos,
O que te dizer?
Falar de flores aos molhos,
Ou dizer do vazio,
Do oco,
Da ausência de idéias,
Da minha vontade de dar o troco?
Falar da tempestade tropical
Que sobre mim se abateu,
Deixando-me terra assolada?
É melhor não escrever nada,
Para não deixar você no breu.
Melhor apelar pra polidez
“Sim, vai tudo bem...”
Isto não tem lógica, amem!
Dizer o óbvio,seria uma insensatez.
Mas o óbvio está a nossa frente
E ninguém quer vê... demente.
O amor é gelo,
Vamos dizer o contrário,
Que queima, sem alívio,
Que marca como ferro em brasa.
Linha embaraçada de novelo.
O amor não é brincadeira pra profissional
O amor é jogo pra amador.
Cai o rei de ouros, que sensacional!
Chora a rainha de copas sua dor.
Guardo na manga o valete de paus
Pode ser que ainda precise dele
Por que precisaria?
Melhor o rei de espadas,
Para formar uma canastra real
E eu dar minha grande cartada.
Quem sabe o ideal é uma trinca amorosa,afinal:
Duas rainhas e um valete,
Ou, um rei, um valete e uma dama?
Falam tanto em triangulo amoroso
Estou querendo um pentágono...
Com casa branca e tudo mais.
Com muita democracia de curais,
E um rock, feito missa, sem liturgia demais.
Mas a minha onda é a anarquia, vendavais.
Vais?
Bom, a esta altura do campeonato,
Com o Grêmio rebaixado,
Bom seria a casa da luz vermelha
Pelo menos é colorada.
Boa pedida é a casa rosada
Aqui só tem palácios, não há problemas
Nos circos tudo se resolve com algemas.
E eu fantasiada de palhaça
Esperando resolver estes teoremas
Mas ninguém ganha este jogo sem graça
É tudo um blefe, uma trapaça!
(a próposito do poema de A. Bittar "Tantos")
Série: "rapadura é doce, mas não é mole, não."
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