Tem roçado meus sentidos docemente.
Vem no leito dos albores da alvorada
Deitar luz pelos meus olhos, disfarçada,
Em murmúrios, leves, frouxos e dormentes.
És nas tardes horizontes, nuvens claras,
Onde deito por teu colo verdejante.
Bebo o brilho de tua face, tão fragrante,
Do ocaso que nos cantam essas searas.
É da noite um clarão, suas estrelas,
refulgentes pelo orbe infinito,
a certeza do quão tudo é tão bonito...
Então sós na madrugada, uma centelha
do calor que aflora à tua pele fria,
me arrebata... ao romper-te em novo dia.
[Este soneto foi composto sem papel ou caneta
numa viagem de Recife a João Pessoa,
e intitulado por Rita Amaral.]
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no Candomblé - Livro da antropóloga
paulista Rita Amaral.
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