A proteção que eu tinha com você que adivinhava meus negros pensamentos e fazia promessas de estar num novo lugar. A vida era um eterno paraíso quando contigo eu estava perdido em nossos precipícios, o amor que morava em todos os lugares onde estávamos, e os amores perdidos, um a um desaparecia das nossas mentes, e a noite o choro baixinho antes de dormir também sumia e assim quando eu pensava em não ter você, eu sentia uma dor igual à de um parto.
Então, veio o apego exagerado, e passei a ficar feito um cachorrinho que procura por pés querendo se esquentar e meu coração em decadência fazia de você, a minha Kundalini, abrindo as nadis do fim até o começo. Mas ainda era cedo para saber que a cada esquina havia uma nova promessa, e que você partiria nessa hora e embora você nunca vai deixar de ser a flor que não tem espinhos e em minhas mãos eu vou continuar a te segurar, mesmo depois da tua despedida e da minha cessaria.
Minha certeza cega pelas palavras que eu não consegui falar, e quando você se foi, senti frio e fiquei encolhido em meu suicídio emocional, e não consegui pedir que ficasse por mais um dia que fosse, e a cada passo que você dava, eu cavava meu abismo sentimental e assim, eu negava O void. Sei que os erros que eu cometi fizeram o presente acontecer, o meu egoísmo que você aceitava e respeitava, e eu firme fazia tudo que você detestava e não me importava em pedir teu perdão, mesmo sentindo a dor do aborto.
E agora tudo que me dizem é que estou muito triste e que sou uma colheita mal plantada do que fiz, e passo as noites agarrado aos travesseiros e pelo dia passo a me lembrar, que eu fui à voz que te pedi ir embora. Eu nunca mais vou parar de cair pelo espaço que criei entre o que sinto e esse mundo, que não existe o nunca mais. Você sempre usou o coração para dar um passo e eu dizia que isso te faria ficar paralisada, mas fui bárbaro e não percebia que você se afastava de mim, e a vida está tão dura agora e aqui sozinho sinto a dor do nascimento forçado.
|