NÃO MAIS SENTI A COMOÇAO DA ALMA
Paulo Izael
Avistei teu olhar penoso.
Pressenti a diluição do afeto.
Um tremor angustiante
Percorreu meu desolado corpo.
Deveria ter dialogado mais,
Entretanto esbarrei na inércia.
Nulos, éramos metade.
Não lutamos o necessário
Para sermos apenas um.
Que seria de mim sem “nós”,
Metade do meio, quase um,
Se jamais fomos mais que dois?
Nossos passos lentos, em transe,
Sorrateiros, em direções opostas.
Não olhamos para trás, seguimos.
Foi assim que ofendi o destino
E interceptei o curso do amor.
Não mais senti a comoção da alma,
Tampouco as batidas do coração.
Neste mundo negro e descartável,
Regurgito sentimentos e paixões.
A incerteza da fé e a colheita das dores.
E-mail: Paulo_izael@superig.com.br
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