É possível que haja
espalhados pelos cantos
algumas cartas antigas,
velhos livros plenos de rabiscos
e de orelhas fartas.
Aqui minhas músicas,
meus escritos ou velhos riscos
dos meus livros de bordados.
Meus santos, gurus,
meus incensos, um rosário desfiado:
minhas marcas.
Aqui e mais além,
quando menos me espero,
essa necessidade doméstica
de ser assim, caseira.
Sair do mundo,
ser um lugar, uma paz
nada corriqueira.
Um endereço,
não para que me encontrem.
Mas onde eu encontre a mim mesma.
Casa: onde não somos mais
viajantes profissionais.
Lugar onde somos apenas
gente |