Beijando dissabores.
Iludi-me a pensar ter encontrado
Nossa perfeita simetria.
Somos duas partes.
Sinuosos, retos, tensos e hostis.
Um lado clareia alguns momentos
Com um trágico toque luminoso.
Outro lado descortina a parte sombria,
Expondo nosso canto de tristeza e dor.
Sempre estamos centrados
Na mesma atmosfera destrutiva,
Onde o padecimento literário •
Nunca escreve desejando a felicidade,
Mas sim, insiste sempre na fatalidade.
Eu e você, querida, beijando dissabores.;
Absorvendo todo o torpor da ambiência.
Deixando o menosprezo de lado,
Continuamos nos ofendendo,
Nos atracamos em mais um beijo,
Totalmente desprovido de emoção.
Talvez o prenúncio de um coito apressado.
Paulo Izael e-mail ranfi@ig.com.br |