MUNDO NEGRO ***
Quando a esperança
Perde a importância
E a razão da vida
Deixa de ser interessante,
A senhora de negro,
Arguta e traiçoeira,
Incentiva a agonia
E desencoraja a reação.;
A mente vagueia trôpega,
Acresce a negatividade.
Tudo será resolvido
Se o suicídio for consumido!
O dedo indicador
Pressiona o metal.
Um som abafado e inaudível,
Um gemido em sussurro.
O estampido soa longe,
A pólvora entre os dedos,
O sopro de o lento esmaecer.
Os olhos vêem o medo.
Uma aura sem cores e disforme.
No jorro, o sangue letal.
Tanto para falar no olhar,
Palavras não ditas no coração.
No estremecer final,
O apagar das luzes
No leito do mundo negro.
Paulo Izael - e-mail ranfi@ig.com.br
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