O MEISTÉRIO DO LADO DE LÁ ***
Nenhuma lembrança
Aviva minha memória.
Lembro do abstrato,
Vejo um mundo difuso,
Não perceptível
A olhos treinados.
Não escolhi ser-me,
Tão pouco fui escolhido.
Diante de tudo,
Sinto-me reduzido a pó.
Tenho premonições
Quanto a incerteza cruel
Que permeia o amanhã.
O destino não me pertence,
Minha estadia maçante
É enigmática e duvidosa.
Temo o desconhecido
Por desconhecer o mistério
Que cerca o lado de lá.
A felicidade é efêmera.
O sofrimento infindo.
A que vim, o que sou,
E o que serei
Quando faltar o sopro da vida?
Inquietações perturbadoras
Que latejam e enlouquecem
Num redemoinho desdenhoso
Imergindo a depreciação da fé,
Provindo a postura pérfida.
Paulo Izael - e-mail ranfi@ig.com.br
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