A imersão balsâmica
De alfazema e de rosa
Há tanto que te aguarda!
Criei manjares afrodisíacos
Para refazer-nos à ceia
Alongam-se meus olhos
Na estrada vazia
Inflamo-me sonhadora
Antecipando a centelha
De teu corpo que ao rasar-me
Chispa minha rubra brasa
E me leva incendiada
Numa ânsia indefinida
De onde assomo renascida
Onde estás, que te detém?
Escuta o bramir no silêncio
Segue o mudo apelo, vem!
Despe-me das sedas diáfanas
Que aprisionam a ninfa ansiosa
Pelo golpe da tua asa
Afim de achar-se libertada
Aquieta-se a tarde calma
O sol declina,levando a esperança
De retirar-me contigo
Em arrebatador desvario
E anoitecer nos teus braços
Em langorosa bonança....