- Ah, mulher, criatura tão difícil de se entender! Que vazio é esse em seu olhar? Qual é o motivo dessa melancolia? Olhe para dentro de si e diga, encontre o que lhe falta!
- Vasculho a minha alma todas as noites e nada encontro! Sou uma casca vazia. As palavras que antes fluíam tão facilmente, agora me escapam! Roubaram meu pobre espírito!
- Não. Ninguém lhe roubou nada! Está tudo dentro de si. Encolhido, temendo a vida aqui fora. Mas, de que lhe adianta fugir? Ponha-se para viver!
- Se me encolhi, não foi consciente e sequer sei o motivo. É como se um grande perigo me ameaçasse e me fizesse querer voltar no meu caminho.
- Viva! Os perigos lhe farão crescer! Seja realmente uma mulher. Abra suas trevas e encare seus medos! É hora de crescer mais uma vez.
- Queria que alguém me dissesse o que fazer. Fugir do peso de escolher meus caminhos. Queria viver escondida atrás de alguém que fosse mais destemido e forte do que eu...
- Besteiras! São fortes os espíritos guerreiros! Você travou cada batalha de sua vida. Onde está sua força? Por quê tanto medo?
- Eu não sei. É só um pressentimento obscuro, sufocante. Sei que não poderei fugir do meu destino, mas queria saber qual é e se poderia mudá-lo.
- Então saia! Arme-se! Lute! Faça-se forte! Esconder-se é afundar na lama da fraqueza! Não faça isso outra vez. Quanto esforço lhe custou sair do seu poço de lamentações? Esqueceu? Viva. Sempre. Viva.