OUVIR E ENTENDER MÚSICA – parte DEZESSEIS
(repetição exata ou pequena variação)
por Coelho De Moraes baseado na obra de Aaron Copland
Repetição Exata: pode usar o esquema a-a-a-a . Repetição simples encontrada em muitas canções em que a mesma música se repete em estâncias consecutivas. Uma primeira forma de variação seria em função do texto, ou seja, variações mínimas para aproveito adequado do texto. Teríamos algo como a -a´- a´´- a´´´.
Há ainda a repetição após a digressão: a-b-a. Ou com variação por causa do texto a-b-a´. Uma notação podia ficar assim
:a-b-a:
, sendo
: um sinal de repetição. Muito comum em música folclórica. Ouçamos Atirei o Pau no Gato e Ciranda Cirandinha, que tem alteração em função do texto, ou ainda Cenas Infantis de Schumann. Uma atenção para o Scherzo da sonata opus 27, nº 27 de Beethoven, para piano. Aí se vê a repetição da primeira seção com pequena variação, no deslocamento do ritmo e a repetição final é diferente devido ao caráter mais forte da Cadência – uma frase de encerramento.
É preciso lembrar é que sempre que o tema é exposto todas as possibilidades são de que ele será repetido imediatamente (a-a) ou
: a :
; que uma vez repetido estará na hora da digressão (b), e que depois da digressão deve-se esperar um retorno ao primeiro tema, com uma repetição exata ou variada.
A não repetição pode ser a-b-c-d. Uma canção folclórica inglesa inglesa, The Seeds of Love, é um exemplo formado por quarto frases diferentes. Outro exemplo é o prelúdio sem si bemol maior do Livro I do Cravo Bem Temperado de Bach. Nesse caso a unidade da obra é obtida escrevendo-se livremente dentro desse padrão, mas impedindo qualquer repetição de notas ou frases. Em peças curtas a coisa é mais simples. Mas, experimente a forma livre em 20 minutos de música, coerente e criativa