OUVIR E ENTENDER MÚSICA – parte UM - PRELIMINARES
por Coelho De Moraes baseado na obra de Aaron Copland
Não adianta a penas ler. Há necessidade absoluta de se ouvir. Rádio, Vitrola, CDs, DVDs, Música pelo Satélite, FMs serão fontes seguras.
Há quem diga: “Gosto muito de música mas não entendo muito bem”. Da mesma forma que dizem não entender nada de teatro ou de literatura. É claro que nos referimos aqui à obra não industrial. Toda música será comercial à medida que se possa vendê-la. Muitas músicas serão, além de tudo, produzidas em escala industrial, com fórmulas que se repetem para não haver erro no escoamento desse produto. Não é dessas que falamos. Falamos naquela em que há preocupação com o novo se não na idade da obra pelo menos no conhecimento que se faz dela.
Primeiro: Não se deve ser pessimista em relação à sua capacidade musical. Há muito erro conceitual espalhado por aí. Sempre ouvimos histórias de pessoas que “são tão musicais que vão ao cinema e quando voltam para casa tocam a música do filme ao piano”. Podemos dizer que um animador de auditório que imita um ator não é necessariamente um ator. É só um imitador. Quem faz mímica musical Não é necessariamente um músico. E nem tem um musicalização profunda. Outro atributo é o do ouvido absoluto. Eu o chamo de ouvido obsoleto. O fato de se decorar um lá (convencionado) não significa coisa alguma. Na idade media, renascimento, esse ouvido seria considerado como? O ouvido absoluto é uma musicalidade de superfície.
Segundo: A pessoa deve ser capaz de reconhecer uma melodia, pois do contrário estará se aproximando da surdez absoluta, aí sim, um perigo. E não adianta clamar por São Beethoven. Agora, se você ouve uma determinada melodia e pode reconhece-la, então estamos no caminho certo.
Terceiro: A Música é uma arte que se desenrola no tempo. Como um romance. A diferença é que em geral o romance fala de coisas da vida, imediatamente captáveis, concretos, objetivos, enquanto a música têm valores abstratos e seus signos terão valores diferentes para cada pessoa. A melodia – em modos gerais – ocupará na música a função que a história ou ema ocupa no romance. A melodia – via de regra – é o significado da peça. Ass vezes é a estrutura. Às vezes é a forma, a organicidade, dependendo da época em que estamos.
Quarto: Reconhecer a melodia significa que você sabe onde está, em termos musicais. Daí saberá para onde está indo.