5- A PRIMEIRA GRANDE ÓPERA
-compilações da obra de Joseph Kerman, por Coelho De Moraes –
a idéia é popularizar o tema ópera e as críticas sobre essa arte
A primeira grande ópera é La Favola de l’Orfeo, de Monteverdi, escrita em Mântua, em 1607. No Brasil a primeira audição coube à Orkestra Livre sob a regência do Maestro Coelho De Moraes, no Teatro Nelson Rodrigues, Rio de Janeiro, por ocasião dos 350 anos da morte do Cláudio, em novembro de 1991. Rose Braga encarnou a Música.
Orfeu é a primeira ópera a revelar a luta característica do compositor com o libretto. O compositor é o dramaturgo e suas capacidades particulares determinarão a integridade do drama.
No final o libretto é a limitação.
No princípio o libretto é a inspiração.
O recitativo do Orfeu é um dos elementos fundamentais e básico; em seguida é elemento constante da dramaturgia operística.
A música deve seguir a cadência e, assim, a comovente implicação da palavra individual, dando pouca atenção à frase, à sentença, ou mesmo ao sentimento total. O resultado foi a invenção do recitativo, a emoção desordenada, um contínuo grito do coração sem distanciamento, a voz humana pura por trás da voz cadenciada do poeta.
Ritmo , linha, dissonância estavam na verdade livres para as mais expressivas contorções. Na simplicidade essencial da textura total eles não podiam destruir a clara e tranqüila autoridade do baixo. Agora a voz subia desimpedida da âncora do basso contínuo. Para mais motivação emocional temos as síncopes e tensões rítmicas que Cláudio Monteverdi usa impressionante.
O resultado é um estilo declamatório de um emocionalismo cru sem precedentes na história da música.