cega de dor,ela se desesperou,se revoltou
gritou sufocado,extravazando a dor
coração dilacerado.humilhado,exausto
e eu assisto a sua dor
não conseguiu se controlar
perdeu seu amor
cegou por causa das lágrimas,que caiam soltas
pensou em pulsos cortados,gases no ar
qualquer coisa que pudese,naquele momento
aliviar seu sofrimento
e eu assisto seu tormento
rasgou fotos,quebrou perfumes,matou o passado
queimou cartas de amor
um gosto amargo na boca
tentou arrancar do peito esse amor
que a deixara louca
quebrou dentro de si lembranças
não achou razão para lembrar
se julgou...se defendeu...se acusou
decretou sua pena...de viver desistiu
nada mais a impedia,e agiu
se desfazendo dela mesmo,feito lixo
tantas promessas quebradas,ilusões
ajudaram-na a tomar decisões
trancou-se em si,jogou a chave
não queria ninguém que a impedisse
que a prendesse aqui
misturou calmantes,excitantes,bebidas
e brindou sua dor incessante
silêncio...
então se acalmou...o pranto acabou
esqueceu seu amor,sua dor
foi covarde...fugiu
o coração não mais doeu
nem bateu...
não sofreu mais
partiu...
e você vai me perguntar
porque fiquei sómente a olhar
eu sou o anjo da guarda dela
mas ela não quis me escutar
e por isso afirmo que o amor
possui realmente dois gumes mortais
não amar é sofrer...amar é sofrer demais
laura vizentyn
06/08/2002 |