Realmente eu já sabia mas, ficou comprovado: Deus é brasileiro. Brasilei
ro porque deu inteligência a esse povo alegre que dribla as tristezas cotidianas. Tristezas em campo quando demora chegar a recuperação do Rivaldo, quando tarda virar o jogo com gols fantásticos dos Ronaldos.
É brasileiro quando dá criatividade ao Cafu para produzir uma imagem estupenda ao levantar a taça de pentacampeão, ao dizer à família "Eu te amo." Que coisa linda! A instituição família atrelada ao esporte.
Deus é brasileiro quando escolhe entre milhões de pessoas, o Scolari para comandar a equipe, a seleção a disputar a copa mundial. Um comandante determinado que não cede à s pressões internas do seu país, que não se curva a nada e a ninguém. Que consegue um espírito de grupo jamais visto nessas competições. Precisamos de governantes assim, - já disse- sem curvar ao FMI, que olhe primeiro para a massa necessitada e não alguns ricos gatos pingados onde se concentra a riqueza adquirida à s custas do suor do trabalhador.
Deus é brasileiro quando prepara um segundo tempo cheio de alegrias. O Brasil supera a Alemanha que busca o tetra, com garra. Mas, o Brasil busca o penta e em jogadas e toques criativos, supera com folga, a poderosa. Derruba a muralha e a rede balança. E torna a balançar. É o penta chegando cravado de erres em chuteiras de prata ou sem prata. É encantador, contagiante essa força verde/amarela. O goleiro Kahn esborracha na grama, ajoelha e, sem querer deixa a bola escapar das mãos. Cai nos pés de Ronaldo e recebe o barulho do vento para consolá-lo; a bola se aninha no fundo do gol. Provocou o "Fenómeno" e agora engole a sua própria arrogància. Reconhece a força brasileira.
O penta chega e junto o aumento de quase 7% da gasolina.
Isso é Brasil!
Pirapora, 30 de junho de 2002.
Juraci de Oliveira Chaves.
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