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Cronicas-->Bate papo, pizza, whisky e Beto Muniz -- 05/05/2002 - 22:49 (Marcel Agarie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Autor: Marcel Agarie
Data: 05/05/02

Crónica: "Bate papo, pizza, whisky e Beto Muniz"

Bater um papo descontraído com os amigos, acompanhado por uma deliciosa pizza, sempre será um programa muito agradável. A mussarela endurece e a massa murcha enquanto rolam as discussões. É a hora de falarmos mal dos outros, adivinhar com quem o mocinho da novela ficará no final e gargalhar com as piadas sem graça dos colegas. Só não vale falar de boca cheia e nem engasgar com os caroços de azeitona.

O papo fica ainda melhor quando acontece em um lugar totalmente diferente. No caso, o local era um restaurante virtual com letras, palavras, frases e textos sensacionais estampados nas paredes e fachadas do estabelecimento. Haviam cadeiras de diversos modelos e mesas que tinham o formato de telas de computadores. Conversar? Só por mensagens enviadas pelas mesas através de um teclado alfanumérico, e tudo sem se ver o rosto da pessoa que está do outro lado. O cardápio da casa variava de salgadinhos e espetos e iam até pizzas e comidas exóticas. O mais vendido era a tigela com sopa de letrinhas. Não me perguntem o por quê.

Conversando comigo estava um colega escritor, bastante talentoso, conhecido como Beto Muniz. Nos conhecemos faz pouco tempo, desde quando comecei a participar do site Anjos de Prata com crónicas semanais. Aos poucos, aumentamos o nosso contato através de outro site, o Usina de Letras, onde iniciamos uma troca de informações, idéias, sugestões e críticas sobre os nossos textos. O que era raro acabou virando hábito, e quando menos esperamos, já estamos entretidos em longas conversas neste restaurante virtual.

O nosso último bate papo foi acompanhado por duas apetitosas pizzas. A minha era a tradicional mussarela, regada por uma gelada coca ligth. A do Beto era mais chique, uma combinação de milho verde com bacon e um suco de melão para molhar a garganta. Como a conversa estava boa, combinamos discutir um tema diferente para cada pedaço de pizza que descesse goela abaixo. Deu certo a brincadeira, que ficou mais ou menos assim:

Primeiro pedaço - começamos falando sobre algumas crónicas que escrevi, abordando alguns fatos inusitados que ocorrem diariamente nos vagões do metró paulistano. Beto havia lido todas e me dava dicas de como melhorar o desenvolvimento das minhas histórias. Eu prestava atenção enquanto comia o meu pedaço com as mãos, já que na minha mesa não haviam talheres e nem guardanapos.

Segundo pedaço - Beto interrompe um pouco a conversa para pedir ao garçom mais suco de melão. O segundo pedaço trazia o tema de como participar do livro: "As Crónicas dos Anjos de Prata Volume III. Eu estava interessado e por isso ele me explicava as regras básicas para participar, tais como, divisão de custo, envio do texto para editoração, prazo para entrega...

Terceiro pedaço - Eu já estava na metade, ouvindo novas dicas que o Beto me dava para melhorar a minha crónica "escultura de guardanapo". Ele não havia dado uma mordida sequer na terceira parte, o que me fez esperar para partimos ao quarto pedaço. Enquanto ele comia, aproveitei para tomar uma dose de whisky, que não era Skol, mas desceu redondo, redondo.

Quarto pedaço - Chegamos na metade da pizza e descobrimos que trabalhamos em empresas concorrentes, porém não prolongamos muito a conversa. Ele preferiu se apossar da idéia que tive no pedaço anterior e chamou uma dose de whisky para cada um tomar enquanto terminávamos de comer. Neste instante, o meu rosto começou a ficar rosado de calor e as veias da lateral da cabeça começavam a latejar. Era o efeito do álcool.

Quinto pedaço - O nível da conversa estava melhorando. O assunto agora era a possível vitória corinthiana sobre o rival do morumbi. O quinto pedaço estava praticamente esquecido sobre a mesa durante a conversa. Não muito diferente da pizza, agora tomávamos também uma dose whisky para cada assunto abordado. Eu estava ficando bêbado.

Sexto pedaço - Metade do quinto pedaço estava na boca de um cachorro que passara na rua. O sexto comíamos tranquilos - um pouco zonzos - e quietos, pois não pretendíamos prolongar uma discussão praticamente sem fim: corrupção, violência e a impunidade em nosso país.

Sétimo pedaço - O cachorro, não dado por satisfeito, voltou para nos encher e acabou filando mais uma metade enquanto falávamos sobre a seleção brasileira. Romário merecia uma nova chance na seleção? Felipão era o técnico ideal para a copa? Comentários deste tipo.

Oitava pedaço - Eu não aguentava mais comer. No último pedaço, eu apenas dei umas mordidas na borda recheada com catupiry, palitei os meus dentes e bebi a última golada do sexto copo de whisky. O Beto havia comido sua pizza inteira e tomado 2 copos a mais do que eu, sem sequer dar uma balançada. O cara era um fora de série.

O bate papo acabou junto com os pedaços, podendo até se dizer que foi uma conversa ao tempo da pizza (e alguns whiskys também). Nos despedimos com abraços e promessas que outras conversas aconteceriam. O agradeci pela atenção e pela ajuda dada em meus textos. Ele me parabenizou pelas idéias e disse para continuar escrevendo e lendo bastante. Até me sugeriu ler contos de Machado de Assis e "Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século".

Este é o Beto Muniz. Uma pessoa simples, atenciosa e sincera. Um escritor de diversas qualidades, todas elas para serem usadas como exemplo. Quero agradece-lo e firmar neste humilde texto a minha homenagem, o meu respeito e a minha admiração pelo seu trabalho. Mesmo tendo a vontade de lhe mandar à merda, sou muito grato pela força. Muito obrigado e um grande abraço.

PS: Ainda não é a hora de lhe mandar à merda.
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