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Cronicas-->No trànsito paulistano (horário de pico) -- 25/02/2002 - 22:45 (Marcel Agarie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Autor: Marcel Agarie
Data: 25/02/02

Crónica: "No trànsito paulistano (horário de pico)"

Biiiiiiiii.....bi, biiiiii..Foooommmmmmmm...fom, fom..... São 6 horas da tarde e este é o som que predomina nas ruas da cidade de São Paulo. Quem pega o trànsito neste horário sabe muito bem do que estou falando. A hora do Rush, o horário de pico, o inferno de carros que se congestionam lado a lado, frente a frente, formando aquele enorme bloco de carros parados, emitindo gás carbónico de seus motores. Isso porque adotaram o esquema de rodízio, mas fico pensando, como será o trànsito paulistano nos próximos 10 anos?
Não vem ao caso pensar nisso agora, afinal, temos autoridades que recebem - bem - para pensarem apenas nisso - se é que pensam - e arrumarem soluções, as mais rápidas possíveis para que o trànsito não pare literalmente de vez.
Enquanto não arrumam soluções, eu continuo todos os dias parado no caminho que faço do trabalho, no bairro de Pinheiros, até a minha casa, no Tatuapé, em um percurso que em dias difíceis chega durar até 2 horas. Hoje, para não estressar, procurei observar as pessoas que ficam durante minutos dentro de seus carros, parados ao meu lado, olhando - de dentro do meu Fiat Uno Mille 94 - os seus gestos mais esquisitos e comuns, que fazem parte do cotidiano de quem vive parado no trànsito.
Uma coisa boa - para mim - é saber que neste horário, o meu carro fica poderosíssimo e potente. É neste horário que meu carro se transforma e fica tão rápido quanto um Ómega ou um Vectra. Às vezes até mais rápido que qualquer carro importado. Isso só depende da faixa onde eu estiver, andar mais que a faixa do lado, o que me possibilita ultrapassar milhares de carros na 2º ou no máximo na 3ºmarcha (que poder, hein!), porém como a disputa é acirrada, existem vezes que acabo perdendo até para Belinas, Brasílias e Fiats 147 (por favor, sem preconceito aos usuários de algum destes veículos).
Noventa porcento dos motoristas adoram o celular. Como existem pessoas falando no celular parado no trànsito. Isso porque é proibido, mas como a fiscalização não é tão rigorosa, o povo aproveita as brechas. Tem também aqueles "porcões" - e porconas - que não resistem ficar sem dar aquela cutucadinha no nariz. Só hoje, vi umas 6 pessoas fazendo isso e para minha surpresa, foram 4 mulheres e 2 homens. Acho que todo mundo já fez isso alguma vez, dar aquela cutucada no nariz, parecendo que está tentando alcançar o cérebro, parado bem no meio do trànsito, como se estivesse em algum cómodo de casa onde ninguém incomoda. Confesso que já fiz isso algumas vezes e percebi que fui surpreendido por outros olhares, o que me deixou sem graça e torcendo para o farol se abrir rápido.
Outra estatística importante (quem vê pensa que minhas paranóias são importantes), é o número de fumantes no trànsito paulistano. Deve haver mais motoristas fumantes do que pedestres pela cidade. É incrível como o trànsito atrai o cigarro. Eu sou um ex-fumante e ainda sinto muita vontade de fumar quando estou parado no trànsito. O cigarro é um ótimo companheiro nestas horas e ainda ajuda a controlar a ansiedade. (A Usina de Letras adverte: Fumar é prejudicial à saúde).
Para quem não fuma, a companhia em carne e osso também ajuda bastante a distrair, sem contar que não é prejudicial à saúde (isso depende de quem é sua companhia). Uma boa conversa faz a viagem tornar-se um pouco mais rápida e agradável, assim como uma boa música nos ouvidos, que ajudam amenizar um pouco as buzinas ensurdecedoras.
Muitos, com o trànsito parado, ainda ficam cantando alto, dançando 2 pra lá e 2 pra cá, os casais aproveitam para namorar e se beijar, e tem até aqueles que dão uma cochilada relàmpago esperando o farol abrir. É ver para crer. Sem contar que ainda devemos tomar cuidado com os motoboys que passam em alta velocidade entre os vãos deixados pelos carros. Arrumar confusão com algum deles, no trànsito parado, é dor de cabeça na certa.
Para adoçar a vida, os vendedores ambulantes - que hoje são milhares - fazem das ruas os seus shoppings públicos ao ar livre. Existe de tudo, desde alimentos até produtos para telefones celulares. Se você está indo para a casa da mãe, da namorada ou da sogra, e só lembrou no meio do congestionamento que era aniversário de alguma delas, fique despreocupado, em um farol mais próximo sempre tem alguém vendendo algum buquê de flores para resolver o seu problema. E olha que são buquês de flores bonitas e bem conservadas.
Ainda existem muitas outras coisas, mas que infelizmente não vai dar para escrever tudo aqui. Tem malabaristas, taxistas, motoristas de ónibus (sem generalizar, mas eles são todos folgados), caminhoneiros, marronzinhos do CET, multas...
Preciso ir dormir. Não quero nem lembrar que amanhã é dia de acordar cedo e pegar aquele congestionamento na Radial Leste, depois na Consolação, depois na Rebouças, depois na Faria Lima, até chegar no trabalho. Ohhhh vida difíc.. BIIIIIIIIIIII....FFOOOOOMMMM..... Calma amigo! Não precisa buzinar, já estou indo...
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