Há pouco estava reparando nos carros lá embaixo, olhando aqui de cima do 13º andar onde moro. Daqui de cima é tudo tão tranquilo, já que a rua em questão tem um movimento considerável de carros, especialmente no final de tarde, fim de tarde esse que já começa a esboçar um friozinho sulista. Dizem que é o minuano soprando o (!) inverno na alma do vivente.
Notava como os carros mais novos estão com designs diferentes dos mais antigos ou nem tão antigos, já que como os computadores, os carros tendem a envelhecer mais rápido nos últimos 5 minutos. Os da Ford mantém um padrão mais "modernoso": o Ka parace um sapo e o Focus uma baleia que comeu um (!) pescador. Mas no geral, a maioria dos carros novos que trafegam pela minha rua estão mais redondos. Um que outro Del Rey ou Opala fura o bloqueio, estraga a visão redonda dos fatos. Parecem caixas de sapato vistos de cima.
Há pouco uma senhora ergueu o dedo médio em riste para um outro apressado que passava. Ele esbravejou de volta com o braço, o que não estava no volante, óbvio. Não entendi bem o porque, de relance parece que ambos queriam o mesmo espaço na rua, e desde o segundo grau me lembro que, blábláblá, dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Algo assim. Nada sexual. Acho.
Carros redondos são mais agradáveis de se ver, de fato. Os designers estão de parabéns. Só não se conseguiu remodelar os motoras, permanecem toscos, retílíneos, quadrados. Buzinadas chatas, faixa de segurança não existe. Motoras de coletivos são os mais estressados. Vão enfiando o ónibus em tudo que é canto da rua, azar de quem se atravessar. Os taxistas passam a milhão pelo cara, as tias mais civilizadas acham bonito andar a 40km por hora. Bandeputo! como diria meu amigo Leandro Godói. Por mim mandava afinar essa galera, acho que ficaria mais (!) bonito. Mas como não entendo muito de design, fico na minha. Na rua, o máximo que faço é erguer o dedo médio de volta pro corno que tentou me atropelar. Bem coisa de gente quadrada.
