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Cronicas-->EU QUERIA ESCREVER SOBRE QUALQUER COISA -- 10/09/2009 - 20:58 (thiago schneider herrera) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu queria escrever sobre qualquer coisa, mas sei tão pouco sobre tudo, sei tão pouco sobre as coisas. E a poesia há muito me deixou, e por isso fiquei sozinho; fiquei sozinho num estado crítico por isso. Nem Neruda, nem Quintana, talvez nem Pessoa em pessoa poderia me salvar. O bom mesmo é escrever sem compromisso, um texto impiedosamente cínico, ou sinistro, ou sarcástico, ou sem sentido; sem se importar com as regras gramaticais, a estrutura, só com o ritmo; sem um porquê ditatorialmente específico; sem o aval de engomados e ensaboados críticos; sem ter a responsabilidade de vender, no mínimo, 100 mil cópias do suposto livro. O bom mesmo é escrever sem compromisso. Hoje nem Neruda, Quintana, Pessoa, nem nenhuma outra pessoa faria qualquer sentido. Só estou tentando dizer que um dia sairei por aí sem deixar vestígios. Só ficarão pra trás meus textos de quando estive sozinho nesse estado crítico; sem Quintana, sem Pessoa, sem Neruda; sem porra nenhuma. Talvez eu saia por ai sem destino, só o vento na cara, deixando pra trás a ultima moda; o engenhoso comercial da Coca Cola; o suposto casamento provavelmente adiado na última hora; o jantar repleto de risadas falsas com a ex futura sogra; os jogadores do Brasil que nem sabem cantar o hino nacional na final da Copa; deixando pra trás supermercado; empresas aéreas com promoções tipo: miserável, até você pode voar, é barato; carro importado; talvez 2, talvez 3, talvez 4, talvez mais partos de meus filhos que seriam filmados; a minha já concluída pós-graduação e meu já concluído mestrado, que já não servirão pra mais nada de fato; minha outra pós graduação e meu doutorado que não serão realizados e que não farão nenhuma falta em meu curriculum atualizado; esses dias, culpa dessa sociedade sufocante, em que fico pra baixo; os passos em direção a qualquer lugar ou a lugar nenhum que nos saem tão caros; fofocas covardes entre covardes babacas sobre alguma mentirosa informação inventada; e esse ranço, essa ànsia, essa asia, essas caras repletas de botox e desgosto mesmo quando há lagosta, champanhe e petit gateou no almoço; esse desdém desinteressado meticulosamente gesticulado; essa maldadezinha patética que habita o coração dos mentalmente desocupados; esse inapelável esvaziar-se de vida que como água a escorrer pelo ralo; o viver a vida programado; o esperar sentado; a porta e o claustro corta-fogo do coração fechados deixando você e seu coração supostamente protegidos mas isolados.
O que dizer mais? Não direi mais, me calo.
T.S.H
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