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Cronicas-->PRA VOCÊ; LÊ -- 27/09/2005 - 12:52 (thiago schneider herrera) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ela é linda e sorridente. Quando fala assim, fala diferente. Seus olhos têm algo indecifrável, e seu sorriso é de uma beleza intacta. Esperei 20 anos pelo beijo que veio sem pedir licença, rompendo o tempo e a distància, e me deixou assim, num confuso estado em que tudo se torna mais real, com mais sentido; e o mundo aos pouco vai se tornando assim, mais sensato. Agora ela deve estar com aquele rostinho delicado em algum lugar longe de mim, talvez também pensando em mim e eu aqui vou levando, segurando o coração dentro do peito que parece ter vida própria depois de tamanho deleite. Parece bater mais forte, de repente sobe das costas um algo inexplicável e ela novamente me vem à cabeça, parece que controlando meus pensamentos. Lembro que quando criança éramos grudados e namoramos anos e anos sem sequer um beijo, ou talvez um ou outro mas inocente feito beijos de criança. 20 anos depois o beijo foi mais que beijo. Foi algo místico, sublime, parece que esperando pela morte, pelo fim de tudo tamanho foi a conexão beirando a completa transcendentalidade.

Nossos corpos se fundiram um noutro com tamanha sutileza que parecíamos ser somente um ser. Estávamos ofegantes, mas também com calma por saber que aquele momento era nosso, somente e unicamente nosso, e ninguém no mundo nos atingiria porque eu a protegi com minhas mãos, e a acariciei com as mesmas que protegiam. Parecíamos longe dali, de algo material. Subimos em espirais metálicos pra distante de tudo o que era ruído, éramos somente pele e mais nada. Cada toque parecia o toque final. Cada beijo, o beijo eterno. Queria que aquele momento parasse porque pra mim a vida já tinha sentido demais e com ela me olhando poderia propor mais e mais momentos eternos como aqueles momentos mágicos.

Estávamos submersos em confusas sensações de amor e paixão e saudade, e tudo aflorava á pele e contaminava nossos atos. E fomos nos perdendo em deliciosas brincadeiras. Nos perdemos em diversos momentos também, nos encontrando logo depois em algum lugar abstrato. Nada era explicável e nos deixamos levar até onde nem imaginávamos poder chegar. Depois bebemos cerveja com ela agarrada ao meu braço e eu ao dela parecendo que tomados pelo medo de nos perder de novo, como á 20 anos atrás.

E como ela cresceu. E como tá linda. E com um corpo que arrebenta meu coração assim quando lembro. E lembro também que durante a madrugada em que dormimos feito apenas uma alma eu acordava e acariciava seu rosto não a deixando acordar e em estado de felicidade rara eu beijava sua testa com um carinho quase desumano. Ela se mexia e colocava a mão sobre meus ombros talvez somente pra certificar que ainda seguia ali. Meu Deus, como deixá-la? Ao acordar, depois de uma madrugada em que viajamos juntos por lugares tão desconhecidos nos olhamos e vi dentro de seus olhos a mesma centelha de um sentimento intacto e novo brilhando de dentro de seus olhos. E foi lindo seguir com ela por mais um tempo, conversando, e de vez em quando minha mão a buscava fazendo-a um carinho despretensioso.

Esperarei-te menina, minha menina como esperei talvez 20 anos por tudo isso que nos aconteceu esse final de semana. E pelo que vivemos esperaria através da eternidade. E verás que de mim só receberás poesia, porque de mim é a única coisa que se desprende depois de ti. Quero-te como nunca, e você será eternamente minha primeira inspiração.

Cuidado com o mundo porque estarei sempre longe para proteger-te, mas sei que sabes se cuidar. Nada é por acaso minha menina, simplesmente nada e depois do furacão que você foi em minha vida tenho cada vez mais certeza disso.



T.S.H.
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