Ando mesmo desanimado em desfrutar meus momentos de folga pois os "lazeres" andam ralando a paciência nossa de cada dia.
Ainda outro dia encontrei mais um carrasco de minhas folgas.
Resolvo pegar um cineminha. Vou ver um badalado da hora.
Tudo começa com a picaretagem dos exibidores. Colocam um filme atraente numa sala e 3 abacaxis em outras.
E tomem de vender ingressos para a tal sala do filme atraente. Mesmo que a capacidade fosse de 120 e já tivessem vendidos mais de 200.
Aí eu chego de ingressinho no bolso, cuidadosamente comprado 1 hora antes.
Os pés doendo por vagar diante de vitrines de pouco gosto e muito preço.
Me livro daquele restinho de sorvete que sempre enfeita minha mão com pequenos rios brancos e marrons que descem para o punho... e entro na sala.
Tenho uma desprazerosa surpresa:
A sala está lotada, tem gente pelas escadarias, gente esbravejando e falando em Procon.
Ah! me vejo diante de duas alternativas: ou entro naquela briga de foice ou vou descascar um dos três abacaxis armadilhas que fizeram pra mim.
Resignado, escolho o abacaxi que me pareceu menos ácido e vou salvar o dinheirinho do ingresso. Entro na outra sala.
Pensa que acabou? Tá muito enganado.
Estão todos os namoradinhos cochichando, mas tão alto que vira verdadeira conversa coletiva.
E os celulares? Ah, essa praga que os carinhas e patricinhas usam como sinal de status.
Para não sair de sintonia e entrar em órbita, abandono o abacaxi e vou comer aquele sonhado filé com batatas souté porque a fome apertara.
O restaurante é bom, aconchegante, ambiente luxuoso, gente bonita.
É o paraíso!
Bom, paraíso até vir o prato, que, aliás, demorou 40 minutos.
Eu pedi mal passado. Ele veio quase tostado, sem nenhuma suculência...
As batatas estavam meio cruas.
Penso em devolver.... desisto, seriam outros 40 minutos.
Da próxima vez fico em casa, vendo filme em VHS.
Só espero que a fita não embole.