Número do Registro de Direito Autoral:131197869944185300
MINISSAIA SEM CALCINHA
Silva Filho
Já se foi a do cofrinho
Moda que ficou falada
Pois agora sem calcinha
Vem minissaia plissada;
Pra quem mora no nordeste
Tudo isso é um teste
Pra perereca suada.
Não se sabe a razão
Pra destronar a calcinha
Vai ter sufoco na praia
Com terra, sal e farinha;
Perereca mal treinada
Pode sair bem melada
Procurando camisinha.
Ninguém sabe a origem
Dessa peça atraente
Alguém atribui a Eva
A invenção previdente;
Com uma folha espessa
Não deixava a cabeça
De Adão seguir em frente.
Depois vem a tal de grife
Calcinhas pra todo gosto
Com bordado e com rendas
Umas com tudo exposto;
Umas com frases picantes
Outras picadas errantes
Inda manchadas de mosto.
O problema é saber
Como a moda vai grassar
Muita coisa vai subir
Se a mulher se agachar;
E se passar por escada
Certamente a espada
Há quem queira empunhar.
No transporte coletivo
Pererecas vão palrar
E o calor que sua bunda
Pode fazer transpirar;
Se subir aquele cheiro
Não haverá no banheiro
Vaga pra nego molhar.
Mas se pega essa moda
Outros avanços virão
Cueca também se acaba
E o pinto fica na mão;
Pra amansar perereca
Qualquer homem sem cueca
Pode usar o seu bastão.
Se for isso retrocesso
Contra a velha moral
Pelo menos tem vantagem
No orçamento mensal;
Mas a faca de dois gumes
No contexto dos costumes
Também pode fazer mal.
Não haverá mais respeito
Muito menos contenção
Com a frincha numa mira
Não se contém a tesão;
E o descontrole geral
Pode resultar em pau
Em qualquer conotação.
Portanto, é bom pensar
Se há clima para isso
Se a mulher quer arriscar
Um problema tão roliço;
Porque mulher verdadeira
Não vai deixar de bobeira
O seu bichinho maciço.