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Cordel-->ESTÓRIAS DE CAÇADOR -- 31/10/2001 - 01:54 (joão rodrigues barbosa filho) |
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Com uma espingarda de soca
Dois amigos vão caçar
A cada vez a um toca
A hora de atirar
Encontram uma grande toca
Que não era de preá
E sai dali um leão
Ainda a bocejar
E olha com emoção
Aquela dupla acolá
E fica na indecisão
Se almoça ou vai jantar
Os amigos não esperam
A difícil decisão
E logo no pé deram
E foi grande o carreirão
E quando menos esperam
O leão está no chão
E com um olhar esquisito
Com as patas no focinho
Segurndo ali o rabo,
Pedro vê João aflito
E olha para o caminho
Esse está todo breado
João tira sua roupa
Para ninguém o seguir
E é um saco de estopa
Que encontra pra vestir
E marimbonda cabocla
Estava ali a residir
A ferroada foi grande
Ele quase vai ao chão
E foi ali bem na glande
Já então um cabeção
Não gostava de ver sangue
Mas preferia o leão
Chegaram a uma cidade
E a coisa mais inchava
Avistaram uma farmácia
E lá mesmo na calçada
O balconista pegva
Pegava e não dizia nada
A coisa ainda aumentava
E a dor propocional
E o balconista alisava
Era coisa colossal
E ele já não aguentava
Tanto peso no seu pau
E ficou irritadiço
E fez um grande alvoroço
Você tem algo pra isso?
Responda depressa seu moço
Quem fez isso foi um bicho
Do tamanho de um caroço
A resposta veio depressa
Com um tom de exclamação!
Casa, roupa e comida
E muito dinheiro na mão
Cuido dele toda a vida
Será uma feliz união
Não resolvida a parada
E já passando o tormento
Puseram o pé na estrada
Em rumo ao acampamento
Na frente uma coisa parada
Parecia um jumento
Era mesmo um jumento
Daqueles cinza-castanho
E olhou de João o instrumento
Grande daquele tamanho
Ficou dele ciumento
Sentiu-se no abandono
Saiu da estrada humilhado
Aquilo a ninguém diria
Aquele era um cara aloprado
Ele rei já não seria
Ficou bem mais recatado
A partir daquele dia
No caminho João e Pedro
Ainda estavam a andar
A noite chegou mais cedo
Já era hora de deitar
João confessa ter medo
O leão tava por lá
Avistaram uma casa
E foram abrigo pedir
Pro João havia lugar
Em um quarto com Bibi,
Com bicho não ia ficar
E no porão foi dormir
Na manhã seguinte
Ele viu bela morena
Que vestia com requinte
Uma roupa bem pequena
O João parecia pedinte
Lá da Vila Madalena
Embabascado pergunta
Qual é o nome da fruta ?
Ela respoonde a sorrir
Não é um nome de luta
Mas o meu nome é Bibi,
E o seu eu posso ouvir?
Eu acho uma coisa justa
Até pelo seu falar
Há uma coisa que custa
Custa muito acreditar
Mas de filho de uma puta
Você pode me chamar
De novo rumo ao caminho
Do seguro acampamento
Já não queriam espinho
De mais um novo tormento
Só um banho bem fresquinho
E papo pro amigo vento
Desculpe não ter contado
No começo da estória
João era advogado
Pedro, professor de história
E o aqui relatado
São pedaços de memória
Faltava légua de beiço
Pra chegar aproteção
E aquilo não era um afresco
Lá estava o leão
E não havia mais esterco
Para outra ocasião
João tirou os sapatos
Pedro passou-lhe um sermão
Desculpe eu lhe dizer
Não adianta isso não
Mesmo assim não vais correr
Mais depressa que o leão
Se estais nisso a pensar
É questão de opinião
Se eu correr mais que você
Qquem fica para o leão?
Não serei eu e vais poder
Ccomprovar essa questão |
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