Autor: Daniel Fiuza
01/01/2001
19/09/2001
Zé dos cocos nem lembrava
Da menina e o fio dental
Tranqüilo agora estava
Depois de passado mal
Quando via o que sobrava
Do biquíni tão legal.
Tinha ficado três meses
Sonhando com a divina
Só trabalhava às vezes
Aquela imagem era sina
Só novena rezou treze
pra esquecer a menina.
Tava pensando em casar
Queria uma moça direita
Um terreno ia comprar
Ou mesmo uma casa feita
Para com a esposa morar
Essa era sua receita.
Sua barraca ia bem
Tinha muita freguesia
Contando dá mais de cem
Pela sua simpatia
Não dispensava ninguém
Trabalhava noite e dia.
logo o destino aprontou
Querendo enfeitar sua testa
O fio dental voltou
E foi logo fazendo festa
Tudo que o Zé sonhou
Foi embora nada resta.
Quando na barraca entrou
Com um biquíni imoral
Menor que o anterior
Grande tortura mental
O Zé não agüentou
A menina tão fatal.
Ela estava quase nua
Quase não cobria nada
Parava gente na rua
Ela era uma parada
Tentando ficar na sua
O Zé de barraca armada.
Ela chegou bem pertinho
E nele o corpo encostou
Me dá um coco Zezinho
Com voz manhosa falou
Os cocos dela pertinho
O Zé dos cocos pegou.
Depois ligeiro catou
Levou pra trás do balcão
O biquíni dela Tirou
Ali se deitou no chão
A menina ele amou
Matando aquele tesão.
Depois ela foi embora
Sem palavras pra falar
O Zé pensou sem demora
Com essa vou me casar
Ela vai ser minha senhora
Eu até posso jurar.
Mas o tempo foi passando
E a menina não voltava
Um desespero foi dando
O Zé não agüentava
Tanto desprezo passando
Da menina que ele amava.
Um dia Zé avista
Sua amada acompanhada
Com um garotão surfista
Num chamego abraçada
Por mais que o Zé insista
A menina não quer nada.
Zé vendeu tudo que tinha
Não tinha mais sentimento
Se a menina não vinha
Sua vida era um tormento
Para esquecer da zinha
Foi ser padre num convento.